(VESTIBULAR) Contagem regressiva
Contagem regressiva (Diário da Manhã, 03/03/2008)
Hacksa Oliveira
hacksa@dm.com.br
Da Editoria de Cidades
Faltam pouco mais de quatro mil horas úteis para a realização da primeira fase do vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG). Se o aluno cumprir as orientações dos educadores de reservar seis horas por dia de estudo, ele irá dedicar de hoje até o dia 15 de novembro, data prevista para a realização da prova, um total de 1.074 horas de estudo.
Por não haver uma fórmula pronta para ser aprovado em vestibulares, os estudantes devem começar o ano se preparando, e logo criar uma rotina de vida mais rigorosa, afirmam os especialistas. As dicas valem tanto para aqueles que irão concorrer a uma vaga pela primeira vez quanto os que não conseguiram ser aprovados.
O coordenador-geral do Colégio Decisão, Blayth de Oliveira Moura, diz que para o aluno que sonha com um bom curso superior é fundamental que se tenha maior comprometimento, disciplina e organização. Ele ressalta que, em fase de estudos, abaixar a cabeça e perder o foco do sonho prejudica as conquistas dos objetivos.
O grande diferencial do aluno para obter aprovação é ter certeza do conteúdo da área em que tenha mais aptidão e possuir o máximo de conhecimentos naquilo que possa representar uma ameaça. “O ideal é estudar todas as matérias, principalmente aquelas que não são da área do curso. A maioria dos estudantes se prende ao conteúdo de preferência”, comenta.
De acordo com o coordenador do Anglo Vestibular da cidade de São Paulo, Alberto Francisco do Nascimento, em todo o Brasil existem três tipos de alunos que freqüentam as salas de cursinhos pré-vestibulares.
Primeiro aqueles que ainda cursam o terceiro ano do ensino médio e fazem cursinho ao mesmo tempo. Segundo, os que já concluíram o ensino médio, e por último aqueles que há algum tempo freqüentam os cursinhos, prestaram vestibulares, mas não foram aprovados.
Alberto explica que, devido à quantidade de tarefas diárias, o primeiro grupo de alunos destacado é onde a atenção dos alunos é mais exigida. “Este aluno precisa ter mais esforço para conseguir ficar ligado no conteúdo do colégio para não perder o ano e conciliar com os estudos do cursinho. É necessário cuidado para distribuir seu tempo”, aponta o coordenador.
Ao aluno que já concluiu o ensino médio, o educador orienta ir ao cursinho pela manhã e nos períodos de tarde e noite, quando estiverem em casa, ele recomenda que os alunos façam pesquisas extras e estudem o material visto em sala de aula. Quanto aos que estão estudando e ainda não conseguiram ingressar em uma universidade, ele diz que o melhor a fazer é esquecer o passado e procurar um acompanhamento psicológico profissional.
O professor ressalta ainda que os alunos precisam acreditar na sua capacidade, ter planejamento, dedicação, esforço e colocar no papel os dias da semana e as atividades curriculares. “Reservar no mínimo sete horas noturnas para dormir é fundamental para o descanso da mente”, indica ele.
Atividades de lazer também colaboram para fixar o que é aprendido nas salas de aula. “Fazer exercícios físicos, e no final de semana ter momentos de lazer com a família e amigos, é essencial para o aprendizado”, afirma. Esses aspectos técnicos, aliados à autodisciplina do aluno, geram nele a autoconfiança necessária para fazer uma boa prova. Além disso, segundo Alberto, estudar pela manhã é a melhor saída para um rendimento satisfatório no período.
Nesta fase da vida estudantil, Alberto Francisco diz que a família é um aliado; porém, precisa evitar fazer cobranças dos filhos. “O que eles podem é separar um local isolado e não fazer comparações com algum familiar que já foi aprovado. Em vez de criticar e exigir, o melhor é acompanhar e acreditar na capacidade do filho”, acrescenta.
ritmo forte
As estudantes Ana Cristina Neves de Barros, 16, e Daiany Moreira de Brito, 18, começaram o ano em ritmo acelerado de estudo. Ana Cristina diz que do seu cotidiano, no mínimo seis horas são reservadas para o estudo, a fim de conseguir uma vaga no curso de Medicina. Segundo ela, para não ficar cansada, associa matérias em que encontra mais dificuldades com as que tem maior facilidade.
Daiany também adota ritmo intenso. Ela já fez, sem sucesso, cinco vestibulares em universidades públicas para os cursos de Educação Física e Fisioterapia. Há dois anos freqüentando cursinhos, ela disse que o estudo específico é fundamental para não ficar desatualizada e manter o ritmo de estudo.