Universidade terá salão de formaturas (Diário da Manhã, 26/03/2008)

Sheila Cavalcante
sheilacve@dm.com.br
Da Editoria de CIDADES

A partir de agosto deste ano, as cerimônias de colação de grau dos formandos da Universidade Federal de Goiás (UFG) só poderão ser realizadas no Centro de Cultura e Eventos da instituição. O Centro, que se encontra em fase de construção, está localizado na entrada principal do Campus II – Samambaia, em Goiânia. A medida integra o processo de unificação dos eventos de formatura, nos campi da Capital e Catalão, que já dispõe de auditório para essa solenidade.
A medida foi anunciada no ano passado pela pró-reitora de Graduação da universidade, Sandramara Matias Chaves. De acordo com o reitor da UFG, professor Edward Madureira Brasil, a centralização das colações de grau é resultado da não-concordância da instituição com o destino deste tipo de evento em Goiânia, que se tornou muito oneroso, fazendo com que boa parte dos alunos não tivesse condições financeiras de participar.
“Nosso objetivo é oferecer tratamento igual a todos os estudantes da UFG, democratizando esse momento não só para alunos, mas também para seus familiares”, conta o reitor Edward. A obra do Centro de Cultura e Eventos, cuja inauguração está prevista para até o final deste semestre, foi orçada em 10 milhões de reais, já com a climatização do ambiente e estacionamento próprio. O local, que terá capacidade para quatro mil pessoas sentadas, funcionará ainda como espaço multiuso, projetado para realização de congressos, feiras e apresentações culturais.
Por ser uma solenidade da própria universidade, empresas do ramo de eventos não poderão mais ser contratadas para realizar colação de grau. Com a unificação, que deve ser expandida aos campi de outras cidades, como Jataí, as cerimônias devolverão o caráter acadêmico que deu lugar aos grandes espetáculos. Ainda segundo o reitor, inicialmente as cerimônias não serão gratuitas; contudo, terão custo mínimo, cujo valor deve englobar o aluguel da beca e uma decoração simples.
A UFG, há cerca de dois anos, dispõe de resolução que regulamenta o que é ou não permitido em suas colações de grau. As críticas aos exageros cometidos durante eventos fizeram com que a instituição realizasse um trabalho junto às comissões de formatura, para avisar das proibições de instrumentos sonoros e outros objetos menos discretos. Assim, as turmas são obrigadas a imprimir nos convites a lista de objetos embargados para a solenidade.

economia
Para a estudante de Nutrição Danielle Marques Macedo, 21, a decisão da universidade é excelente não só por tornar o evento mais econômico, mas sim por dar o direito de todos os alunos poderem participar e formar juntos. Caio Henrique Salgado Barbosa, 22, que cursa Jornalismo, diz que é interessante a atitude e que a colação de grau é um momento muito importante, que merece ser dividido com toda a família.
Kunihi Suga, 22, estudante de Engenharia Elétrica, e Aurélia Luísa de Souza Gonçalves, aluna do curso de Farmácia, acreditam que assim mais pessoas se esforçarão para formarem juntas com a turma e que a decisão democratizou o direito de todos participarem do evento, que, por ter um alto valor, fazia com que apenas alguns tivessem condições de participar.