Mais do que competição

Mais do que competição (Tribuna do Planalto, 23/05/2008)

Luciano Joka


O clima de festa, socialização e superação tomou conta de cerca de três mil educandos da rede municipal de Educação durante os festivais de atletismo e xadrez dos Jogos Educacionais 2008, promovidos nos dias 17 e 18 de maio. O torneio, realizado na Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia (Eseffego), foi dividido em dois finais de semana e mobilizará no total seis mil alunos.

No torneio de atletismo, os alunos disputam provas de corrida, salto em distância, salto em altura e arremesso de peso. Para dar suporte às atividades e garantir segurança e maior comodidade, a Secretaria Municipal de Educação (SME) montou uma estrutura de atendimento durante a realização dos torneios. Além do transporte e alimentação, que sempre são fornecidos aos alunos, eles ainda contaram com atendimento médico oferecido por parceiros como o Corpo de Bombeiros e os estagiários das universidades Estadual de Goiás (UEG), Paulista (UNIP) e Federal de Goiás (UFG), que foram treinados para colaborar no evento.

Superando os limites
Garra e determinação não faltaram aos jovens atletas durante as provas de atletismo. Com bons ou maus resultados, eram abraçados e festejados por professores, colegas e familiares, por quem são sempre vistos como vencedores. "Eles enxergam essa disputa como uma grande brincadeira e é isso o que importa, a participação. O esporte socializa as pessoas, traz benefícios físicos e melhora o rendimento escolar", afirma o professor Jacquisfran Oliveira Nazareno, um dos coordenadores das provas de atletismo.
O professor de Educação Física, Antônio Machado Rodrigues, do Educandário Rainha da Paz, explica que o atletismo mudou o comportamento dos educandos, que agora se sentem mais motivados. "Atividades como esta ajudam a melhorar a auto-estima deles. Na escola usamos todas as possibilidades para desenvolver a modalidade esportiva e o retorno tem sido fantástico", comenta. Talita do Carmo Silva, 8 anos, da Escola Municipal Nova Conquista, gostou de ter participado do festival e vai sentir saudade dos amigos que fez. "Foi bom participar. Quero vir no ano que vem. Participei da prova de salto em distância e dei o meu melhor", ressalta.

As origens
O atletismo remonta à própria origem do ser humano que precisava correr, saltar e lançar para sobreviver. Depois foram criadas algumas formas de competição como forma de agradecimento aos deuses, de se preparar para a guerra ou de homenagear heróis desaparecidos. Hoje sabemos que a modalidade esportiva surgiu na Grécia e esteve nas primeiras Olimpíadas disputadas em 796 antes de Cristo. Já o xadrez tem origem desconhecida. Muitas lendas afirmam que ele teria sido criado no Egito ou na Índia. O certo é que seu modelo atual é da era medieval. No Brasil, o jogo foi trazido por D.João VI, que cedeu o exemplar de um livro sobre o assunto para a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. O jogo é composto por várias peças de cor branca e preta: são reis, damas, bispos, torres e peões. O objetivo é colocar o rei do adversário em situação de perigo e derrubá-lo.

Fonte: www.wikipedia.org


A pedagogia do Xadrez
Ser um bom jogador de xadrez e vencer competições pouco importa. O fato é que o sentido do jogo vai além dessa expectativa. Para jogar é preciso desenvolver habilidades como autocontrole, concentração e raciocínio lógico, que são úteis em todas as atividades dos educandos. Pensando nisso, o esporte, que se mistura à ciência pelo seu formato, é cada vez mais trabalhado na rede municipal de Educação e envolve cada vez mais participantes durante os Jogos Educacionais.

O professor de Educação Física Helder Gaioso, que coordenou as partidas, conta que em sua monografia de conclusão de curso abordou os benefícios da modalidade esportiva vista pelo lado da cooperação. "Cada peça no tabuleiro tem um sentido. Movimentos diferenciados e regras, assim como na vida. Os educandos vão desenvolver potencialidades que ajudarão a ter autocontrole, resolver problemas do dia-a-dia com mais facilidade e ajudar os colegas", destaca.

Os pequenos enxadristas, Guilherme Rodrigues Vilela e Geovana Vieira, ambos com 8 anos de idade e alunos da E.M. Deputado Jamel Cecílio, travam uma verdadeira batalha com olhares fixos no tabuleiro. Com conhecimento no assunto, eles explicam como jogar, quais as possibilidades e conseqüências do jogo. Karla Ferreira Vieira, mãe da Geovana, elogiou a iniciativa da Secretaria Municipal de Educação (SME). "Minha filha melhorou muito seu rendimento escolar. Ela está mais atenta, disciplinada e em casa quer ensinar a todos como jogar xadrez", conta.

Jogos Educacionais
Considerado um dos maiores eventos da Secretaria Municipal de Educação (SME), os Jogos Educacionais envolvem mais de 50 mil alunos em festivais esportivos que visam principalmente a participação, sem o caráter meramente competitivo. Várias modalidades são contempladas, como brinquedos e brincadeiras tradicionais, atletismo, voleibol, futsal, queimada, tênis de mesa, xadrez, capoeira e trilhas educacionais. Por meio desta iniciativa, a SME espera promover a inclusão social e cultural de seus educandos com atividades que propiciem a integração e conscientização por uma vida mais saudável. Os festivais serão realizados até o mês de novembro e as próximas disputas dos torneios de xadrez e atletismo acontecerão nos dias 31 de maio e 1º de junho, novamente na Eseffego.