Cremego diz que estudo será importante ao país
Cremego diz que estudo será importante ao país (Diário da Manhã, 28/05/2008)
De acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) e da Associação Psiquiátrica de Goiás (APG), Salomão Rodrigues Filho, o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas no Brasil será altamente importante para o desenvolvimento da Ciência no País. Ele explica que, do ponto de vista biológico, a origem da vida começa com a fecundação, ou seja, quando o espermatozóide fecunda o óvulo.
O médico observa que as pesquisas feitas com este tipo de células utilizam embriões congelados e que seriam desprezados. Após três anos, os embriões não podem mais ser usados. Ainda segundo ele, estes embriões, se não forem implantados no útero, nunca se tornarão um ser humano. Essas células têm um potencial de se diferenciar em qualquer célula do organismo, daí a possibilidade de serem utilizadas para uso terapêutico.
O diretor do Laboratório de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Mário Approbato, acredita que estas pesquisas vão dar esperança a milhares de pessoas que sofrem, por exemplo, de doenças neurológicas, uma vez que elas poderão ser salvas graças a mais este avanço da Ciência.
Com essas pesquisas, muitas pessoas que ficaram paralíticas, no futuro, poderiam se recuperar, analisa Mário, que também é doutor em Reprodução Humana pela Universidade de São Paulo (USP) e professor titular do Departamento Gineco-Obstetra da UFG. Informa que já existe legislação que trata de como deve ser o uso dessas células para a pesquisa e que, se autorizado hoje pelo STF, este estudo seguirá essas normas.
Lídia Guillo, professora titular do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, diz que a vida começa com a fecundação, mas que se deve observar que o óvulo ou o espermatozóide sozinho já é uma vida. Conta que a vida humana só é possível no útero, onde se desenvolverá. Sem estar no útero não há a possibilidade de se desenvolver.
Ela ressalta que a pesquisa com as células-tronco embrionárias não vão trabalhar o feto, como muitas pessoas pensam, mas com um aglomerado organizado de células que não foram colocados no organismo humano. Lídia diz que o os benefícios dessa pesquisa são muitos, uma vez que essas células podem se desenvolver em qualquer outra parte do corpo.
Segundo ela, desde que as células-tronco embrionárias começaram a ser estudadas na Inglaterra, há 10 anos, não existe um estudo em humanos que comprove que elas possam ocasionar doenças, como o câncer, após terem sido injetadas no ser humano. Muitas respostas precisam ser respondidas antes desse tipo de procedimento.
Existe comprovações de que elas, quando injetadas em animais de modo controlado , como em tipo de camundongo transgênico, gera tumor neles. Isso ocorre, de acordo com Lídia, porque estes animais são imunodeprimidos (não possuem anticorpos que possam reagir a essa célula), o que não é o caso do ser humano.