Goiás depois do FICA
Goiás depois do FICA (Diário da Manhã, 16/06/2008)
Carollyne Almeida, Da Editoria do DMRevista, Da cidade de Goiás
O que fica do Fica? E o que realmente precisa ficar do Fica? Esses foram os pontos principais discutidos na última sexta-feira, 13, durante um debate realizado pelo Programa de Educação Ambiental e Cultura na Casa de Cora. O debate teve a participação do jornalista e ambientalista André Trigueiro e dos debatedores Jorge Almada, do Programa de Educação Ambiental e Cultura da Casa de Cora, Rangel Arthur, da Coordenação Geral de Educação Ambiental do Ministério da Educação, e Sandra de Fátima Oliveira, do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Educação Ambiental e Transdisciplinaridade da Universidade Federal de Goiás, além dos próprios moradores da cidade.
O debate, mediado por Patrícia Mousinho, do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos moradores e fazer com que eles participem ativamente do festival. Segundo Sandra, falta mobilização da sociedade, que só agora, aos poucos, vem sendo inserida no Fica. Prova disso são os 230 habitantes da cidade que foram contratados este ano, diferentemente das outras edições. “É preciso levantar ações que motivem os moradores, não só do centro histórico, mas também da periferia, que muitas vezes vê o Fica como um festival elitista. A comunidade precisa se sentir parceira.”
Reivindicações
Uma das propostas para integrar os bairros mais distantes é retomar o que foi feito durante a terceira edição do Fica, quando foram colocados telões em alguns pontos mais afastados do centro histórico, para que mais pessoas tivessem acesso aos filmes que são mostrados durante o festival. Outra reivindicação é uma sala de cinema que funcione o ano todo. Enquanto isso não é possível, a intenção é que se faça no segundo semestre um trabalho nos bairros de conscientização ambiental e de cidadania, através dos filmes e de discussões sobre a temática antes e depois das exibições.
Porém, segundo Patrícia Mousinho, o que de mais importante ficou desse debate foi a criação de um grupo formado por moradores, estudantes, Ong’s e pessoas ligadas ao meio ambiente, que decidiram fazer reuniões periódicas. Um seminário está sendo organizado para que aqueles que se dedicam à questão ambiental na cidade possam mostrar trabalhos. “O lixo estará em foco, já que é um dos principais problemas. Nós não temos um aterro até hoje. Todo lixo que é produzido vai parar no lixão.” Para ela, é um grande paradoxo que a cidade seja sede de um festival ambiental internacional e que o meio ambiente esteja “abandonado”.