Ópera universitária
Ópera universitária (Diário da Manhã, 19/06/2008)
Alysson Assunção
Hoje e amanhã, o Teatro Goiânia será palco de uma ópera à moda antiga, combinando a dramaturgia das artes cênicas com o vigor da música erudita. A Universidade Federal de Goiás apresenta, dentro da programação do I Goiânia Ópera Festival – que vai até sábado –, o espetáculo Così Fan Tutte, de Mozart. "Essa é a apresentação de uma peça tradicional desse gênero, que tem todos os elementos das óperas da época clássica", diz a produtora executiva do festival, a professora de música Flávia Cruvinel. O diferencial dessa apresentação em relação a outras já feitas no Estado é que, além de contar toda a pompa que o estilo preconiza, a organização do espetáculo foi desenvolvida inteiramente dentro da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (Emac).
"O envolvimento de várias áreas da Emac foi fundamental para a organização desse espetáculo. Com esse evento, estamos difundindo a ópera em Goiânia, inclusive com a apresentação de cantores e atores que atuam neste segmento", diz a professora Flávia Cruvinel. O espetáculo será encenado por alunos da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG. Todos os estudantes pertencem aos núcleos musicais da Emac, como o Núcleo de Ópera, o Coro de Câmara e a Orquestra Acadêmica Jean Douliez, que leva o nome de um dos mais importantes maestros que já atuaram em Goiás. Flávia lembra que o festival conta com apoio da Agência Goiana de Cultura (Agepel) e da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. "Por isso mesmo, a entrada para todos os espetáculos do festival é franca, e a presença da comunidade é essencial e muito bem-vinda."
A organização do espetáculo conta com 60 alunos da UFG no palco, e envolve parte do corpo docente da Emac, na preparação e montagem do espetáculo. "O diferencial é que esta produção é realizada exclusivamente por funcionários e alunos da universidade, desde a preparação do cenário até os instrumentistas e solistas. Todos agem por amor à música, já que ninguém está ganhando pela participação nas apresentações. Apesar disso, é uma experiência muito gratificante", diz a produtora Flávia Cruvinel. A direção musical e a regência da orquestra ficaram a cargo do professor Carlos Henrique Costa. Já a regência do Coro de Câmara será feita pela professora Joana Cristina Azevedo. A direção cênica foi realizada por Ângela Barra, que se apresentou como solista em recital na noite de terça-feira.