Nutrição da UFG entre as melhores

Nutrição da UFG entre as melhores (Diário da Manhã, 07/08/2008)

O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enad), divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC), consolida a imagem de que as universidades e faculdades particulares estão atrás das públicas em termos de qualidade no desempenho dos alunos em fase de conclusão de curso. Em Goiás, apenas um deles obteve nota máxima nos três critérios de avaliação. Nutrição, da Universidade Federal de Goiás (UFG), conquistou 5 no Enade, no IDD (Indicador de Diferença de Desempenho) e no CPC (Conceito Preliminar de Curso). Apenas 25 universidades dentre 3.239 atingiram nota máxima no Enade 2007. Nenhuma entidade particular nacional chegou à nota 5. Dentre as particulares de Goiás, o curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira (Universo) é o melhor colocado no levantamento, com 4 no Enad e 5 no IDD. O conceito preliminar do curso obteve a nota máxima (5).
O governo federal avaliou 95 cursos de Goiás, sendo que 21 deles (22%) foram reprovados – com notas entre 1 e 2 no CPC (Conceito Preliminar de Curso). Dos cursos de ensino superior avaliados no País pelo Enade 2007, 508 estão na mira do MEC devido o baixo desempenho no CPC. O órgão do governo federal manifestou interesse em acompanhar de perto a qualidade destas entidades.
Os números de Goiás não destoam dos dados revelados para outros Estados brasileiros, que apresentam média com pequenas variações.
O CPC é uma nova modalidade de avaliação que apresenta a seguinte composição: 40% da nota do Enade, 30% da nota do IDD e 30% da avaliação dos professores e da infra-estrutura da instituição. Se o curso da instituição de ensino apresentar nota acima de 3, estará automaticamente autorizada, sem necessidade de receber equipes de avaliação do MEC. Por outro lado, a faculdade que apresentar nota entre 1 e 2 terá que receber a equipe técnica do MEC para avaliar a qualidade do curso.
“A criação do CPC é necessária porque antes não havia correspondência entre o Enade e as avaliações in loco. O conjunto deve ser avaliado, e não somente as partes, como era feito no Exame até então”, disse Fernando Haddad, ministro da Educação.
Outra novidade é a criação do indicador inédito que funcionará como ranking das melhores faculdades do País. A partir de agora, as próprias faculdades serão avaliadas, e não apenas os cursos. O ranking será composto com as melhores e as piores instituições.
De acordo com Nilce Maria da Silva Campos, diretora da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás (UFG), o trabalho em equipe e os bons alunos da instituição garantiram a nota máxima no Enade. Pelas contas da diretora, 24 professores permanentes auxiliaram na qualificação dos estudantes. “Na semana passada, tivemos nosso mestrado de Nutrição e Saúde aprovado pelo MEC”, afirma.
A Faculdade de Nutrição da UFG existe desde 1975 e tem ampliado recentemente suas linhas de pesquisa. A nota 5 não é uma novidade, pois o curso apenas manteve a colocação de uma avaliação anterior. Uma das explicações para o sucesso dos alunos é sua pré-seleção no próprio vestibular, indica Nilce. O curso tem apresentado cerca de 20 alunos por vaga, média considerada alta em comparação a boa parte dos cursos da UFG.
Jorge de Jesus Bernardo, presidente da Associação das Mantenedoras do Ensino Superior de Goiás (Asmeg), afirma que o Enade é uma evolução dentre as avaliações dos cursos superiores, mas acredita que é preciso ressaltar que ele é apenas um dos critérios. “O Enade é um critério de avaliação do aluno concluinte. Não é de curso. Não se pode generalizar”, afirma.
Jorge diz que as instituições superiores saíram de 1 e estão em grande parte na média 3, o que seria uma evolução, se comparadas com o passado das entidades. “Estas instituições não receberam os melhores alunos, entre aspas, como as universidades federais. Ao contrário, sabe mos que as particulares têm predominância de alunos que não passaram nas universidades públicas. Mesmo assim, estamos conseguindo avançar. Muitas estão com 3”, afirma Jorge.