SUS pagará fertilização in vitro

SUS pagará fertilização in vitro (Diário da Manhã, 10/08/2008)

O sonho de ser mãe por meio da fertilização in vitro, método também denominado de ‘bebê de proveta’, está próximo de se tornar realidade na rede pública de Saúde. A boa notícia vem do governo federal. A União financiará o tratamento para casais que não podem ter filhos. Atualmente, em Goiânia, cerca de 100 mulheres estão na fila de espera para engravidar. O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG) é o único público credenciado para fazer este tipo de procedimento no Estado. Clínicas particulares da Capital já fazem este atendimento desde 1992.

Para o ginecologista Waldemar Naves do Amaral, professor da UFG, o Hospital das Clínicas necessita deste tipo de tratamento, já que a fila aumenta, mas o preço ainda é fator de limitação para pacientes. Diz que o hospital, embora público, realiza o atendimento e fornece a mão-de-obra. Já os remédios, denominados de indutores, a paciente compra fora da unidade e paga ainda uma taxa de custo de R$ 900 com o material que é utilizado no HC.

“Hoje, nem o SUS nem o HC fazem fertilização in vitro gratuitamente. Será um avanço positivo.” Naves explica que a fertilização in vitro deve-se ao fato da fecundação do óvulo pelo espermatozóide ocorrer fora do corpo, em laboratório. Os embriões resultantes desta fertilização são transferidos para o útero após a captação de óvulos. Segundo o médico, em média, 20 casos são atendidos por mês no HC. Para cada tentativa de gravidez, o paciente gasta com medicamentos cerca de R$ 2,5 mil. Na rede particular, o tratamento chega a R$ 15 mil.

Casados há cerca de seis anos, a tesoureira Sheyla Araújo da Fonseca, 28, e o gerente administrativo Francarlos Lopes da Silva Pereira, 27, sonham em ter filhos e há cerca de dois anos lutam por essa oportunidade. O casal foi chamado para a primeira consulta no HC após a confirmação da impossibilidade de gestação normal. Antes, checaram o valor em clínicas privadas, mas com renda financeira incompatível com o tratamento, decidiram esperar pelo custo mais barato.