Plástica ocular ganha destaque em Goiás (Diário da Manhã, 31/08/2008)

Plástica ocular ganha destaque em Goiás (Diário da Manhã, 31/08/2008)

Área antiga da Medicina, mas que a cada dia torna-se mais conhecida da população brasileira, ganha espaço e aumenta entre os procedimentos estéticos mais realizados no Brasil. Um dos avanços é a cirurgia plástica ocular reconstrutiva, indicada para tratamento de deformidades provocadas por traumas, inflamações nas pálpebras, supercílios, canal lacrimal e ossos orbitais, que envolvem o globo ocular.
No Estado, a plástica faz parte da formação de residentes da disciplina no Centro de Referência em Oftalmologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Cerof-UFG). Também são realizadas na unidade técnicas minimamente invasivas para rejuvenescimento oculofacial. A meta é melhorar a aparência e função das pálpebras, usando métodos menos detectáveis e que produzem resultados mais naturais.
Segundo o chefe do setor de Plástica Ocular da UFG e do Setor de Plástica Ocular do Centro Brasileira de Cirurgia Ocular (CBCO), Roberto Murillo Limongi, a técnica pode ser feita de várias maneiras, como abordar os bolsões das pálpebras inferiores através da via interna ou transconjuntival que evita cicatrizes visíveis na pele. O procedimento é novo e já é feito também no Cerof, que é pioneiro no Brasil. Outra novidade é a dilatação com balão das vias lacrimais, que evita cirurgias mais agressivas, como a dacriocistorrinostomia. Cerca de cem pessoas são atendidas diariamente no setor de Plástica Ocular do Cerof-UFG.
O presidente da Sociedade Goiana de Oftalmologia, Solimar Moisés de Sousa, explica que a cirurgia em si já é utilizada pela medicina ocular há 20 anos. A diferença é que a melhoria dos materiais cirúrgicos avançou nos últimos anos. "Hoje eles estão mais leves contribuindo no processo cirúrgico".
Com amplo conhecimento da anatomia e fisiologia dos olhos, os oftalmologistas especializados em oculoplástica são os cirurgiões indicados e capa-citados para realizar procedimentos delicados que melhoram não só a aparência dos anexos oculares, mas a função das pálpebras que protegem a integridade do olho. A cirurgia palpebral deve ser feita quando o indivíduo percebe o incômodo, como rugas, sulcos, bolsões ou pálpebras pesadas e caídas.
Limongi reforça o ditado popular que “os olhos são a janela da alma”. Por isso, quando se olha para o rosto de uma pessoa, a primeira coisa que se depara são com os olhos. "É fácil perceber à primeira vista qualquer alteração na região." Aconselha que, antes de ser submetido a alguma cirurgia plástica ocular, estética ou não, o interessado deve escolher com cuidado o profissional que realizará o procedimento.
A procura pelos métodos oculares mescla o interesse dos pacientes. Existem indivíduos preocupados em melhorar a aparência com as técnicas cirúrgicas minimamente invasivas. Existem os incomodados com outros sintomas, como lacrimejamento, diminuição de campo visual ou sensação de peso nas pálpebras.
Os casos mais comuns que atingem a região ocular são pálpebras caídas, que acarretam sensação de peso ou dificuldade de visão, e bolsões palpebrais, abaulamento na região abaixo dos olhos, que dá um aspecto de cansaço ou “noite maldormida”. As mulheres são maioria nos consultórios, embora os homens estejam cada vez mais preocupados com a estética.
Solimar lembra que a cirurgia para reparar a ptose cerebral, mais conhecido pela queda das pálpebras, melhora a aparência e possibilita maior campo visual.

Diferença
A Medicina voltada para a estética ocular se aprimora. Tanta preocupação ocorre devido ser a região dos olhos a primeira a apresentar sinais de envelhecimento. Duas técnicas conquistam o mercado: a cirurgia reconstrutiva e a estética. Limongi diz que a primeira promove a melhora da função ou anatomia dos anexos oculares alterados pela idade ou por alguma deformidade provocada por trauma, inflamação ou tumor. A segunda proporciona apenas a melhora da aparência, deixa a pessoa “mais bonita e satisfeita”.
O especialista lembra que, antes de fazer uma cirurgia plástica, é necessário um exame detalhado da visão. “Realizar hemograma, coagulograma, risco cirúrgico, parar de fumar, controlar pressão arterial e diabetes. São cuidados necessários para aqueles que desejam se submeter a essas cirurgias”, recomenda. O botox também destaca a beleza dos olhos, mas carece de cuidados. “A técnica usada para corrigir rugas, caso não seja aplicada por especialista da área, pode levar a efeitos indesejáveis, como queda da pálpebra ou olho seco”, diz.