Tudo indica que não haverá reviravolta
“Tudo indica que não haverá reviravolta” (Diário da Manhã, 03/08/2008)
“Tudo indica que não haverá uma reviravolta. As pesquisas estão demonstrando que não há tendência de queda nos números do prefeito (Iris Rezende), que já tem 70% de aprovação consolidada durante toda a administração”, ressalta a cientista política e pesquisadora pela Universidade Federal de Goiás Heloísa Dias Bezerra. Ela explica que ao final de cada um dos três anos de mandato irista foram realizadas pesquisas que apontaram o mesmo índice de aprovação da prefeitura. “O índice não se alterou e a opinião está mais ou menos consolidada em torno da continuidade. Se fosse para apostarmos nossas fichas em alguém, poderíamos tranqüilamente apostar no atual prefeito. Em tese, ele já está reeleito”, diz a cientista.
Coordenador do Núcleo de Pesquisas em Comunicação da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia (Facomb) da UFG e doutor na área, Luiz Signates atesta as considerações e vai além. Considera que a única brecha para mudança no cenário eleitoral seria a ocorrência de um “escândalo muito grande” envolvendo Iris Rezende. E justifica o argumento: “A atual administração é muito bem aprovada, a intenção de voto do eleitorado está muito fundamentada e os adversários são muito fracos.”
O pesquisador derruba a constatação levantada pelos demais prefeitáveis de que Iris já perdeu duas eleições em que liderava nas pesquisas. Segundo Signates, o contexto desta eleição é “completamente” diferente das anteriores. “Naquela eleição (1998), por exemplo, três fatores colaboraram para a derrota: a possibilidade de escândalo envolvendo o nome de Iris com a venda da Caixego, o desgaste e cansaço da população com a longevidade do PMDB à frente do Estado e o surgimento de Marconi (Perillo, PSDB) com o perfil de novidade para a política goiana. Nada disso existe nesta eleição”, pondera.
Crítica
A pesquisadora Heloísa Dias Bezerra engrossa o coro e critica o desempenho da oposição neste pleito como a responsável pela vitória de Iris em primeiro turno. “Já estamos na quinta semana de campanha e a oposição não mostrou a que veio. Os programas eleitorais estão fracos, as questões são abordadas com superficialidade e os planos de governo apresentados não atraem o eleitor. Não há desafiante à altura do atual prefeito. A oposição não está dando opção ao eleitorado”, argumenta. Mas a pesquisadora destaca: “Como eu digo, política é como futebol: uma caixinha de surpresas.”