Juiz solicita dados de eleições no Cremego

Juiz solicita dados de eleições no Cremego (Diário da Manhã, 04/09/2008)

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) terá cinco dias para apresentar à Justiça Federal originais dos livros de votação das urnas utilizadas nas eleições deste ano à diretoria da autarquia. A determinação proferida ontem é do juiz substituto da 8ª Vara, Emilson da Silva Nery. O magistrado solicita ao atual presidente e candidato reeleito nesta campanha, psiquiatra Salomão Rodrigues Filho, que mantenha preservado todo o material usado neste pleito, como urnas, cédulas nelas inseridas, atas e registros até o julgamento final do processo.

A decisão visa apurar supostas irregularidades de fraude na votação. A contestação foi apresentada pela chapa 2, denominada de Ordem dos Médicos do Brasil (OMB), que perdeu a disputa para a chapa 1, Ética e Responsabilidade, no último dia 7. Após perícia, os denunciantes alegam que houve semelhança de assinaturas feitas por um único punho e outras dezenas por outro segundo punho nos livros de presença dos votantes. O laudo foi entregue à Justiça.

A chapa denuncia ainda que a comissão eleitoral negou o uso de urnas eletrônicas e aos membros da oposição que rubricassem as cédulas.

O presidente da Comissão Eleitoral do Cremego, Eduardo Siade – juiz e médico –, informa que as eleições foram transparentes e não apresentaram irregularidades. Ele disse ao DM que as cédulas de votação só podiam ser rubricadas pelos membros da comissão, como acontece em toda eleição: “Candidato não pode rubricar cédula, pois a torna nula.”

O magistrado informa que em relação à urna do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG), houve imprevisão, ou seja, o número de votantes foi maior do que o esperado. Segundo ele, para evitar tumulto, permitiu-se que os médicos votassem e não colheram assinaturas. Siade explica que a Resolução 1.837, do Conselho Federal de Medicina (CFM), já prevê no artigo 41 a falta de coincidência entre o número de votantes e assinaturas: “Isso não é fraude e pode acontecer em todas as eleições que se utilizam papel. A não coincidência desses fatores não gera a anulação.”

O problema teria ocorrido na urna nº 3, que coletou votos no HC. O presidente do Cremego, Salomão Rodrigues, disse que ainda não havia sido notificado pela Justiça até o início da noite de ontem, mas afirmou que apresentará o material solicitado e que está tranqüilo sobre essa questão. O candidato da Chapa 2 foi o ginecologista Waldemar Naves do Amaral.