Internet sem-fio e gratuita na praça
Internet sem-fio e gratuita na praça (O Popular, 07/09/2008)
Praça Universitária torna-se no primeiro hot spot público oferecido em Goiânia
Marília Costa e Silva
A Praça Universitária se transformou, há cerca de 15 dias, no primeiro ponto de acesso gratuito à internet sem-fio de Goiânia. Montado pela Prefeitura, o novo hot spot (redes sem-fio com acesso temporário a visitantes) já começa a atrair a atenção de estudantes, professores e freqüentadores, que garantem estar aprovando o novo serviço.
A novidade faz parte do projeto Cidade Digital que, além de buscar a inclusão digital, prevê a melhoria dos órgãos públicos e a atração de empresas de tecnologia para Goiânia. Lançado com a promessa de abranger, além de toda extensão da praça, os prédios das universidades Católica e Federal, instalados nas imediações, a nova rede wi-fi (wireless fidelity, ou fidelidade sem-fio) se mostra eficiente apenas às conexões no perímetro do próprio logradouro.
Esta restrição acontece porque, segundo César Augusto Marques de Souza, diretor técnico da Companhia de Processamento de Dados de Goiânia (Comdata), responsável pela instalação e manutenção da rede, foi instalada apenas uma antena repetidora do sinal digital. “Como as paredes dos prédios funcionam como barreiras para a propagação, o sinal não consegue ultrapassá-las para chegar ao interior das salas de aula”, explica. Em alguns pontos dos pátios das universidades, entretanto, o sinal é de qualidade.
Quem já experimentou o novo hot spot foi o mercadólogo Flávio Magalhães, de 33 anos. Ele esteve no local na quarta-feira, onde permaneceu por mais de três horas. “Achei a iniciativa inovadora”, afirma Magalhães, garantindo ter aprovado a conexão após ter feito downloads e navegado por sites.
Na primeira semana de lançamento do serviço, a rede wi-fi tinha um link de 1 Megabite por segundo (Mbps). Agora, de acordo com diretor técnico da Comdata, a velocidade já atinge 4 Mbps. “Nos próximos dias será instalado link ainda mais rápido, dessa vez batendo na casa de 8 Mbps.”
Souza assegura que a preocupação em aumentar a velocidade de conexão foi motivada porque, em caso de muitas pessoas estarem utilizando o serviço ao mesmo tempo, a velocidade real pode cair. “Como o hot spot não foi popularizado, já que muita gente não sabe da novidade, quem experimentar o acesso à internet poderá fazê-lo usufruindo de uma conexão realmente em banda larga”, avisa.
Nos últimos dias, uma média de seis pessoas se conectaram ao mesmo tempo na rede pública, mas a expectativa é que esse número cresça muito. Isso deve acontecer porque a Comdata não irá impor restrições ao tempo de navegação. “Qualquer pessoa pode usufruir do novo serviço pelo tempo que quiser”, diz.
Testes
O acesso em alta velocidade agradou Flávio Magalhães. A única ressalva feita por ele foi que a conexão caia freqüentemente, pelo menos a cada 20 minutos. Esse tipo de ocorrência, no entanto, ainda não tinha sido notificado à Comdata até semana passada. Souza informa que testes serão feitos na praça, nos próximos dias, para verificar o que vem provocando o problema.
Apesar das interrupções forçadas, Magalhães garante que conseguiu baixar com sucesso vários documentos e e-mails, além de ter acessado um bom número de páginas web. Como, ao contrário do que afirmou a Prefeitura, não tinha policiamento na praça para garantir a segurança de quem carrega consigo um notebook, o mercadólogo diz que preferiu acessar a internet de dentro da Biblioteca Municipal Marieta Telles.
A escolha de Magalhães foi acertada porque em alguns pontos da praça, mais distantes da biblioteca, onde está instalada a antena de transmissão do sinal, tem ocorrido pontos de sombra, que impedem a conexão. Para evitar esse tipo de ocorrência, o secretário de Governo da Prefeitura, Thiago Peixoto, avisa que será instalada, uma antena repetidora nas proximidades da Faculdade Arquitetura da UCG. Com ela, o sinal se propagará mais forte, o que permitirá maior acesso.