Alunos da UFG retidos na Bolívia
Alunos da UFG retidos na Bolívia (Diário da Manhã, 18/09/2008)
Alfredo Mergulhão
da editoria de Cidades
Os 12 estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG) que estão na Bolívia devem deixar o país até sexta-feira, 19. O grupo aguarda negociações entre governo e oposição para que a fronteira com o Brasil, em Santa Cruz de La Sierra, seja liberada. Se o desfecho for positivo, a UFG enviará ônibus a Corumbá (MS), na divisa entre os países, para resgatar os alunos. Caso contrário, a Assessoria Especial para Assuntos Internacionais do governo de Goiás irá solicitar resgate à Força Aérea Brasileira (FAB).
Os universitários estão na capital boliviana, La Paz, a cerca de 800 km do local dos conflitos. “A cidade está tranqüila e estamos todos bem, mas queremos voltar para casa”, afirma Gabriela Marques, estudante de Jornalismo. O grupo filmou duas manifestaçoes pacíficas realizadas terça-feira, 16, em repúdio às mortes dos campesinos em Pando. O episódio foi o mais violento da atual crise, com chacina de 15 pessoas.
Os estudantes deveriam ter deixado o local no último sábado, 13, mas preferiram não arriscar passagem pelos bloqueios. Eles procuraram ajuda na Embaixada brasileira na Bolívia, mas foram informados que nada poderia ser feito. A Assessoria de Comunicação da UFG informou que mantém contato regular com os alunos e aguarda confirmação da data de viagem a Santa Cruz de la Sierra para encaminhar o ônibus.
Ontem, o presidente boliviano, Evo Morales, convocou os cinco governadores de oposição para negociar na cidade de Cochabamba. Até o final desta edição, o desfecho do encontro não foi divulgado. O assessor especial para Assuntos Internacionais do governo de Goiás, Elie Chidiac, acompanha o resultado da reunião. “Já fizemos contato com a Força Aérea Brasileira para saber as possibilidades de um avião resgatar os estudantes caso as negociações na Bolívia não evoluam”, afirma Elie. A FAB aguarda ofício para analisar o pedido.
O grupo chegou à Bolívia no dia 29 de julho para intercâmbio de artes visuais e cinematográficas, por meio do projeto de extensão Jornalismo e Cultura de Fronteiras. Em La Paz fizeram curso de cinema e participaram de colóquio entre os estudantes dos países, chamado de BraBo. “Foi um período muito enriquecedor”, disse Gabriela.