Candidatos criticam administração da UEG

Candidatos criticam administração da UEG (Diário da Manhã, 24/10/2008)

Ivair Lima
Da editoria de Cidades

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) precisa de mais recursos, de administração e ações planejadas com critério, de transparência nas contas, de qualificação dos professores e melhorar o ensino e a pesquisa para recuperar a credibilidade. O diagnóstico foi feito por quatro dos cinco candidatos que concorrem à reitoria da instituição durante o debate realizado pela DMTV ontem.

Compareceram Olacir Alves Araújo, Eurípedes Monteiro, Edson Soares e Augusto Fleury da Silva. O candidato à reeleição, Luiz Arantes, foi convidado, mas não participou do debate. Eles divergiram na forma, mas concordaram na essência. Todos afirmaram faltar gestão e recursos para investimento em infra-estrutura e ensino de qualidade. Por sorteio, o primeiro a falar foi Edson Carareto. Apontou como prioridade o planejamento e a criação de plano de cargos e salários aos servidores administrativos. Para Edson, a principal deficiência estrutural é a falta ou inadequação de laboratórios e bibliotecas.

O candidato também questionou a destinação de 45% das vagas para cotas de estudantes de escolas públicas, negros e índios. Defendeu a criação de cursos pré-vestibulares para qualificar os candidatos. Criticou também o critério de extinção de cursos que não atraem mais de 1,5% de candidato por vagas. “A procura por vagas na UFG aumentou e na UEG diminuiu. O que precisamos e recuperar a credibilidade.”

O segundo candidato a se apresentar, Olacir Alves Araújo, foi enfático. Disse que a UEG nunca teve política de pesquisa clara. “A pesquisa é decidida por pessoas e não pela instituição. É por isso que não consegue recursos externos”. Defende investimento em infra-estrutura e qualificação dos professores. Entre suas propostas práticas está a criação de creche, restaurante universitário e moradia estudantil.

Eurípedes afirmou que nem a criação de laboratório é planejada na UEG. “Sou professor desde antes da transformação das unidades isoladas em universidade. A UEG teve crescimento desordenado. Precisamos criar condições para a instituição resolver seus próprios problemas”. Monteiro tem como proposta prática criação da editora da UEG, da Prefeitura Universitária, de Centro Tecnológico e de conselhos gestores por unidade.

Augusro Fleury disse que o Estado provê os recursos de 2% do orçamento como estabelece a lei. Lembrou que este ano tem recursos previstos de R$ 128 milhões e que para 2009 o montante será de R$ 154 milhões. Mas enfatizou que a UEG “é totalmente desorganizada”.

Fleury afirmou que, se eleito, criará Conselho de Contas, Auditoria e Orçamento para dar transparência à movimentação financeira. Nesse colegiado, não participaria ninguém que tenha cargos representativos de estudantes, funcionários e administração da UEG.

Quem compareceu
Olacir Alves Araújo, 36, professor de Química, doutor pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Eurípedes Monteiro, 51, professor de Engenharia Civil, mestre pela Universidade Federal de Goiás (UFG)

Edson Soares Carareto, 39, professor de Economia, mestre pela Universidade Católica de Brasília (UCB)

Augusto Fleury da Silva, 55, professor de Física e Engenharia, doutor pela Universidade Federal de Uberlândia