Pesquisas também estão suspensas

Pesquisas também estão suspensas (Diário da Manhã, 03/11/2008)

Da Redação

O departamento de Ensino e Pesquisa do Hospital de Medicina Alterantiva existe desde 1999, mas por falta de recursos financeiros dos governos deixou de produzir o próprio trabalho. Há cerca de três anos, tem outra função: colaborar com alunos de universidades públicas no Estado, como a Federal (UFG). Hoje, uma das principais características do setor são a análise a partir da fitoterapia. “No Brasil, somente 10% das plantas são estudadas. O cerrado tem potencial imenso, mas somos limitados pela falta da boa vontade dos governantes”, diz Nestor Furtado, diretor-geral do hospital.
O problema não é só a verba. Falta também estrutura física para o trabalho. Uma saída é a implementação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde. A medida permitará à unidade que, além de receber recursos estaduais, também financeiros federais para que o hospital seja uma unidade de ensino e, posteriormente, de pesquisa. O HMA também atua na captação de profissionais com cursos e palestras internas.
O HMA foi criado há 20 anos e segue os princípios da ayurvédica, a tradicional medicina indiana, que tem entre seus pilares a fitoterapia. Nestor explica que, ao longo do tempo, o trabalho foi agregado à sabedoria popular regional e outras variedades terapêuticas. “Essa é a única instituição do gênero no País conveniada à rede de saúde pública, que funciona desde a produção, consulta e dispensação do medicamento.”

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O Ministério da Saúde permite a implantação da medicina alternativa como prática nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Em Goiás, o HMA é o único que oferece serviços de homeopatia, fitoterapia, acupuntura e yoga gratuitamente. A chefe do serviço de Enfermagem do HMA, Virgínia Novaes, aprova a decisão do órgão federal, mas alerta para os poucos recursos que os governos investem na área da saúde.
“A unidade tem poucos médicos, mas o maior problema é produzir os remédios. Atualmente, só o laboratório de homeopatia está funcionando”. Para a enfermeira, a medicina alternativa perde cada vez mais espaço para a indústria química. “São necessários políticos que defendam essa causa, da medicina natural”. Existe diferença entre a homeopatia e a fitoterapia, mas ambas têm ponto em comum: “Trata o ser humano como um todo, ligando corpo, mente e espírito”, diz.
Aproximadamente 100 pessoas são beneficiadas com a yoga no HMA. O processo de seleção é feito por meio de triagem na própria unidade. A equipe médica do hospital é composta por profissionais das áreas de medicina, farmácia, psicologia, nutrição, enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, quiropraxia, yoga e acupuntura.