Festival termina com saldo positivo

Festival termina com saldo positivo (Diário da Manhã, 04/11/2008)

Rafael Ventuna

É chegado o fim da sétima edição do Festival Goiânia em Cena. Hoje, será apresentado, às 21h, o último espetáculo dos 20 programados para os 12 dias de atividades. Lá, com suas deficiências, o Goiânia em Cena 2008 conseguiu subir sua cotação e mostrou o vigor das artes cênicas em Goiás.

Do festival sempre se espera a oportunidade de ver trabalhos que tragam renovação às idéias. A curadoria assumiu um grande risco ao montar uma programação conservadora. No entanto, o que se viu verdadeiramente foi um festival de ótimos atores, bailarinos, diretores, coreógrafos e circenses. Trilhas irretocáveis, iluminações precisas, cenários bem concebidos. Obviamente, alguns poucos grupos foram exceção à boa qualidade da mostra. Mas tudo foi válido para celebrar a diversidade.

Iniciado no meio de um feriadão, com a cidade esvaziada, pareceu que o festival estava no meio de uma crise. Especulação! Na segunda-feira, 27, o Teatro Goiânia estava repleto e o público percebeu que era mesmo a hora de investir no roteiro de apresentações. A média de ocupação das salas superou os 80% ao longo dos dias úteis e fins de semana.

Ingressos
Questionada sobre a inflação dos valores do ingresso, a organização distribuiu aos 36 grupos inscritos dois passaportes por grupo, injetando cerca de 72 pessoas com livre acesso às apresentações. Este número representa quase um quarto da ocupação do Teatro do Goiânia Ouro e quase um décimo da capacidade do Teatro Goiânia.

Qualquer que fosse o desajuste, indicando queda do índice de satisfação, ele era reparado imediatamente pela equipe de produção. Uma equipe enxuta, mas que fechava os dias com cotação estável. De cenotécnicos a voluntários, de coordenadores a assessores, o coletivo se empenhou para ter um festival lucrativo para o mercado cultural goianiense.

Investidores e investimentos
Mais uma vez foi tímida a participação do empresariado da Capital goiana. Para garantir uma boa apresentação da cidade e manter o padrão de acolhimento, Flávia Cruvinel, coordenadora pedagógica do festival, informa que foi muito importante o apoio do Address Hotel, na hospedagem, e dos restaurantes Chão Nativo e Scarolla Pizzaria. Ainda, o centro de estudos Mvsika! e a Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás foram parceiros na realização das oficinas. O envolvimento de mais empresas e outras instituições será essencial para a próxima edição. Uma ótima oportunidade de investimento neste mercado em expansão.

Outro investimento de destaque é o 1º Prêmio Goiânia em Cena, de estímulo à circulação para espetáculos locais. Os primeiros contemplados foram os artistas Rodrigo Cruz e Rodrigo Cunha, por Dúplice. O prêmio está estimado em R$ 3 mil e deve ser usado para custear despesas com transporte, estada e montagem em outra cidade.

A presidente da comissão organizadora, Glacy Antunes de Oliveira, faz um apelo para que a iniciativa perdure. Dúplice foi escolhido entre dez trabalhos pela professora Bia Cerbino e pelo diretor de teatro Ribamar Ribeiro, ambos do Rio de Janeiro. Os dois chegaram à conclusão de que o mérito do trabalho vencedor foi atribuído à originalidade e ao potencial demonstrado.

O público, composto por inúmeros acionistas, espera que a confiança depositada na sétima edição sirva como subsídio para que o festival avance, cresça e alcance maiores dividendos.