Vestibulandos reclamam da prova de Português da UCG

Vestibulandos reclamam da prova de Português da UCG (Diário da Manhã, 25/11/2008)

Diogo Luz
Da Editoria de Política & Justiça

Os estudantes que prestaram o vestibular da Universidade Católica de Goiás (UCG), na manhã de ontem, reclamaram de dificuldade nas questões de Português. A quantidade e extensão dos textos, além de perguntas envolvendo interpretação, foram apontadas como complicações. O número de questões caiu desde o último vestibular. Antes, eram 120 perguntas, agora, são 60. No último semestre, as perguntas eram de “verdadeiro ou falso”, agora, são apresentadas quatro opções de resposta para o estudante. O resultado pode ser conferido no dia 3 de dezembro no site da universidade.

Estudante Thamyres Kichese, 17, tenta entrar para o curso de Fisioterapia. Ela fez a prova na manhã de ontem e a achou fácil. O único problema, explica, é a quantidade de textos na prova. A vestibulanda afirma que a interpretação cansa o candidato. “A prova de Português ainda estava complicada, havia muitos textos. Com menos questões, facilita para o estudante”, diz.

Jéssica Macedo, 17, foi uma das primeiras a deixar a sala de aula. Ela também prestou para o curso de Medicina. A garota reclama da quantidade de textos e dos “pegas” nas questões de gramática. “A prova até que foi tranqüila, mas as questões de Português foram as mais difíceis. Tem muita armadilha para testar o candidato”, afirma. A garota veio de Anápolis apenas para realizar a prova. “Vale a pena, porque a instituição tem nome no mercado”, enfatiza.

O também vestibulando de Medicina Maurício de Paula, 18, achou a prova fácil. Segundo ele, o fato da questão errada não anular a certa facilita na hora do desespero. “Você pode chutar, o que é bom se você não souber mesmo”, diz rindo. O estudante prestou para Biologia na Universidade Federal de Goiás (UFG). “O vestibular para Medicina é muito difícil na Federal.”
Este também é o caso do vestibulando de Direito Renna Fogaça, 17. Ele prestou na UFG para História. “O ponto de corte para Direito é muito alto.” Na UCG, ele conta com a possibilidade de uma bolsa de estudos. “O ProUni pode possibilitar a oportunidade de fazer o curso. Aí, depois, é apenas tirar notas boas.” As questões de Física foram as mais difíceis na opinião dele. “Sou ruim em exatas.”
Alguns estudantes não conseguiram realizar o vestibular. Este foi o caso dos irmãos Rafael e Priscilla Novaes Silva, com 16 e 21 anos, respectivamente. O garoto explica que efetuou o pagamento da inscrição no banco, mas não retirou o comprovante na internet. “Fui abordado por um funcionário e não tinha o documento. Ele me falou que não estava inscrito”, explica. Os dois iriam tentar o curso de Medicina.
A coordenadora de Admissão e Discidentes, Suely Vieira Lopes, afirma que programas como o ProUni são um dos motivos da grande procura dos candidatos. “A possibilidade da bolsa, aliada ao Enem, ajuda muito. Acima de 30 pontos no exame, o estudante já concorre com os que prestam vestibular”, explica. Apenas estudantes que têm que fazer testes de aptidão, como os de Arquitetura, precisam realizar prova posteriormente.
O vestibular iniciou às 8h30 e poderia ser feito até às 13h, mas boa parte dos alunos entregou o cartão-resposta às 10h30, horário no qual o portão foi aberto. Ao todo, 8.922 vestibulandos fizeram a prova. Deixaram de realizar a prova 433 estudantes. A possibilidade de se juntar aos 1.508 universitários que têm bolsa de estudos pelo ProUni atraiu a maioria.

Trânsito

No início da manhã, por volta das 8h, a Praça Universitária estava praticamente intransitável. João Garcia, 47, pai do vestibulando de Medicina João Vítor, 17, levou 20 minutos para contornar o local e deixar o filho em frente à área 4 da UCG. “As ruas estreitas e a falta de sinalização são o maior problema.”