Aliados da história

Aliados da história (Diário da Manhã, 27/11/2008)

Lídia Amorim
Da Editoria do DMRevista

O Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) comemorou, essa semana, a entrada de quatro associados. Na noite da posse, na última terça-feira, o Auditório Augusto da Paixão Fleury Curado foi tomado por intelectuais, autoridades e profissionais ligados à area da Justiça, como desembargadores e advogados. A presença maciça de profissionais do Judiciário se deve ao fato de que dois dos novos membros estão ligados à área: o desembargador Rogério Arédio Ferreira e o professor de Direito e escritor Getúlio Targino de Lima. Além deles, agora também é sócio titular do Instituto o antropólogo e professor da Universidade Federal de Goiás Jadir de Morais Pessoa, conhecido por seus estudos e pesquisas sobre educação, religiosidade e cultura popular.

O músico Mauro da Costa Lima, goiano que mora há 46 anos em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, é agora sócio correspondente do Instituto. O título, diferentemente do de sócio titular, é atribuído a nomes de pessoas que não residem em Goiás. Mauro se dedica a estudar a música na América latina com um instrumento bem peculiar: a harpa. Dos vários trabalhos realizados em anos de estudo e composição, o músico disponibilizou dois CDs gratuitamente para todos que compareceram à cerimônia.

Como sócio correspondente, Mauro não ocupará cadeira no Instituto, diferentemente dos três sócios titulares. O antropólogo Jadir de Moraes Pessoa ocupará a cadeira de número 17, que tem como patrono Raimundo da Cunha Matos. O professor Getúlio Targino de Lima ocupa a cadeira 29, com Salomão de Vasconcelos como patrono. A cadeira de Antônio Americano do Brasil, de número 33 será do desembargador Rogério Arédio Ferreira.

Eleição
Para eleger os associados no Instituto, não é necessária toda a burocracia e, às vezes, polêmica que observamos em instituições nacionais, como a Academia Brasileira de Letras. Há um estatuto com as normas sobre quem pode participar e os critérios para a aprovação. Os nomes são levados até os sócios e submetidos à votação. Quando há disputa, o que não foi o caso dessa vez e dificilmente acontece no IHGG, ganha quem tiver mais votos. A disputa é algo raro, porque quando se escolhe ou sugere algum nome, é uma pessoa que já é conhecida e aceita no meio intelectual goianiense.

Ao todo, são 50 cadeiras. Os associados participam contribuindo com acervo pessoal, dossiê e trabalhos realizados; ajudam na elaboração da revista do Instituto; produzem cientificamente materiais para publicação; e organizam seminários, palestras e diversas outras atividades.

No auditório, o retrato da nova responsabilidade vinha traduzido em um enorme painel fixo: um semblante indígena, a sombra do bandeirante e outros símbolos da história do Estado no painel O Hino de Goiás, feito por Gomez e M. Cavalcanti, narravam silenciosamente, durante a cerimônia, cenas do passado goiano, como se mostrasse a importância da instituição e a responsabilidade dos novos associados na proteção e defesa da história goiana.

O instituto tem 76 anos, tendo sido fundado um ano antes de Goiânia ser construída, na cidade de Goiás. Desde essa época, reúne um acervo com documentos, livros e periódicos que guardam a história do Estado. O Instituto busca preservar, mas não apenas isso: trabalha para divulgar e abrir aos pesquisadores esse material. “É importante que esse acervo chegue até os estudiosos para a formação da nossa identidade goiana”, explica o presidente do Instituto, o escritor Aidenor Aires.

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