Reunião de artistas goianos
Reunião de artistas goianos (Diário da Manhã, 04/12/2008)
Caio Henrique Salgado
O Museu de Arte de Goiânia (MAG), localizado no Bosque dos Buritis, abre exposição coletiva de artistas goianos hoje, às 20 horas. O vernissage é privê, direcionado apenas aos 52 expositores. A visitação para o público tem início amanhã e a mostra pode ser conferida até 6 de janeiro de 2009, de terça a sexta-feira, das 8 às 18 horas; sábados e domingos, das 10 às 16 horas.
Idealizada por Mairone Barbosa, que integra a direção do local, a exposição foi pensada como uma confraternização de final de ano entre artistas plásticos importantes para a história do museu inaugurado em outubro de 1970. Participam da mostra coletiva velhos conhecidos das artes plásticas em Goiás, como Antônio Poteiro, G. Fogaça, Sanatam e Tolentino, entre outros.
Apesar de o Museu de Artes de Goiânia já ter abrigado mostras de grande porte como a “Arte Digital”, que trouxe para a cidade obras de mais de 100 artistas de todo mundo, o evento é inédito. De acordo com Antônio da Mata, diretor cultural e curador do MAG, o museu nunca reuniu tantas obras de artistas goianos de forma comemorativa. “A idéia da Mairone é fazer com que todos façam uma confraternização. Todos esses artistas já têm ou tiveram peças em nosso museu, e alguns até trabalham aqui.
Então a mostra foi pensada para ser uma celebração entre eles.”
Seguindo a idéia de proporcionar interação entre artistas plásticos da cidade, cada expositor participa com duas obras inéditas, onde uma é exposta de forma tradicional na sala Reinaldo Barbalho e outra na sala Amaury Menezes. As obras do segundo ambiente não estarão disponíveis para comercialização, diz Antônio: “O diferencial maior da nossa exposição é o amigo secreto dos expositores. Haverá um sorteio na abertura e as obras serão trocadas.”
Indo além da brincadeira, esse diferencial da exposição é um estímulo a mais para a gravurista Doris Pereira: “Estão todos empolgados. É instigante imaginar a reação de outro artista ao receber meu trabalho e isso é uma preocupação na escolha das obras e possibilita um contato mais íntimo entre outras formas de se fazer artes plásticas. Existe um desafio único nessa história toda.”
Variados estilos
Ex-professora substituta da Faculdade de Artes Visuais (FAV) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Doris Pereira é representante de uma forma relativamente nova de se fazer artes plásticas. A gravura surgiu nos anos 1970 e é uma arte considerada pela artista muito trabalhosa e delicada: “É bem parecida com fotograma, eu utilizo uma placa chamada ‘solar plape’ para a exposição aos raios ultravioleta, trabalho em sala escura. É um processo complexo, mas o resultado é belo.”
Em meio a várias idas e vindas entre Goiânia e os Estados Unidos, onde concretizou as obras que serão expostas, Doris adquiriu lá fora experiência em curadoria. Atualmente, a artista é também funcionária do MAG e uma das organizadoras da exposição.
Com dois trabalhos abstratos de acrílico sobre tela de tamanho reduzido especialmente para mostra, Gomes de Souza considera o momento dessa exposição importante. Para ele, momentos de confraternização são interessantes em uma arte solitária, onde tudo normalmente é feito na reclusão dos ateliês. Trabalhando com artes desde 1975, o artista está concluindo seu mestrado em cultura visual pela UFG. Seu trabalho é uma experiência papel trançado com tela que, segundo ele, é uma tentativa de mesclar artes plásticas e cultura popular. A tese rendeu a Gomes três exposições, das quais uma na cidade de Trujilo, no Peru, por meio de contatos do artista na Universidade Nacional de Trujilo.
Exposição coletiva de
52 artistas goianos
Onde: Museu de Arte de Goiânia (Bosque dos Buritis)
Vernissage: hoje, 20h (restrito aos expositores)
Visitação: de 5/12 a 6/1. Terça a sexta, das 8 às 18h; fins de semana, das 10 às 16h