470 não fazem prova da UFG
470 não fazem prova da UFG (Diário da Manhã, 15/12/2008)
Cerca de 470 candidatos deixaram de fazer a segunda fase do vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG) na tarde de ontem. Eles estão automaticamente eliminados do concurso. A abstenção foi equivalente a 3,66% dos classificados para esta etapa do processo seletivo, porcentual considerado normal pelo Centro de Seleção da UFG. Hoje, os vestibulandos farão redação, além de provas discursivas de disciplinas relacionadas com as áreas do saber nas quais os cursos se enquadram.
Vários ausentes não conseguiram chegar a tempo aos locais de prova devido ao trânsito tumultuado. No trecho da BR-153, próximo à Universidade Paulista (Unip), as filas de carro chegaram a três quilômetros. O tráfego no local está prejudicado pelas obras de construção de um viaduto. A chuva também atrapalhou o fluxo de veículos.
À esquerda da instituição, o congestionamento começava no cruzamento da rodovia com a Avenida Contorno, próximo ao Jardim Botânico. Do lado direito, o trânsito parou no viaduto sobre a Avenida Jamel Cecílio, saída para o Autódromo Internacional de Goiânia.
Nesse ponto da rodovia, a candidata Lara Caroline Stival, 16, abandonou o carro dos pais e correu cerca de mil metros para chegar a tempo de fazer as provas. Faltavam 15 minutos para o fechamento dos portões. Entrou ofegante no prédio da Unip, sem saber onde estava localizado o bloco de salas onde faria o vestibular.
Lara veio do interior prestar o concurso. Estudou todo o ensino médio em Campinorte, distante 315 quilômetros da Capital. Esta foi a primeira vez que a estudante participou do processo seletivo da UFG, concorrendo ao curso de Medicina pelo sistema de cotas. “Saí com uma hora e meia de antecedência da casa dos meus tios, no Jardim Balneário Meia Ponte. Mesmo assim não deu tempo de chegar com tranqüilidade”, disse.
Junto com Lara dezenas de outros candidatos se arriscaram no meio de automóveis e caminhões que transitavam nas pistas da BR-153. Os últimos a chegar entraram na Unip molhados e correndo, sob gritos de incentivo das pessoas que estavam na porta da instituição. Seis não conseguiram entrar.
Joyce Gomes de Freitas, 19, tentava pela segunda vez uma vaga no curso de Enfermagem da UFG. Neste ano, conseguiu passar para a segunda etapa, mas teve o sonho adiado por alguns minutos de atraso. “Tive que descer do carro e pegar um mototáxi para chegar aqui”, disse. A candidata veio de Crixás para fazer prova e viajou 320 quilômetros na manhã de ontem.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada pelo Centro de Seleção (CS) da UFG para dar assistência ao trânsito na BR-153, próximo à Unip. “Desde a primeira fase, os vestibulandos estavam avisados que as vias de acesso ao local estavam em obras. É responsabilidade deles tomar precauções e chegar com antecedência”, disse a presidente do CS, Luciana Freire.
APOIO
Os estudantes que chegaram mais cedo contaram com pontos de apoio na porta dos locais de prova da segunda fase do processo seletivo 2009 da Universidade Federal de Goiás (UFG). Dezenas de tendas foram montadas por colégios, cursinhos e instituições de ensino superior particulares.