Transporte coletivo é solução, diz professor

Transporte coletivo é solução, diz professor (Jornal Hoje, 19/12/2008)

"A solução para os congestionamentos é garantir um transporte coletivo rápido, confortável e barato”. A avaliação é do professor emérito da Universidade Católica de Goiás (UCG) Délio Moreira, doutor em Economia pela Boston College, de Boston, nos Estados Unidos, com concentração em Economia do Transporte Ferroviário e Economia dos Transportes. A pedido do HOJE, ele avaliou o impacto do elevado da Avenida T-63 no trânsito de Goiânia.

Délio Moreira atuou também como consultor nos projetos de criação do Sistema Integrado de Ônibus da Região Metropolitana de Goiânia, do Plano Diretor do Transporte Urbano da Região Metropolitana (PDTU) e do Cálculo Tarifário Integrado para o Sistema Integrado de Transporte Urbano (Situ). O especialista explica que a obra do viaduto João Alves de Queiroz não foi a primeira grande intervenção da Prefeitura de Goiânia no trânsito da região. E informa que há mais de 20 anos vários lotes nas proximidades das Avenidas T-63 e 85 foram desapropriados para o alargamento das vias. “Foi dado um maior espaço ao número de veículos que já começava a aumentar em Goiânia”, acrescenta.

Délio Moreira diz que atualmente a concentração de veículos por habitante é tão grande que supera em três vezes cidades européias como Roma, capital da Itália. Para o professor, o viaduto é viável e importante para descongestionar o trânsito na região. Mas alerta que se o número de veículos que entra em circulação na capital continuar aumentando todos os meses, é possível que em pouco tempo as vias que convergem nas Avenidas T-63 e 85 poderão se tornar intransitáveis. Délio avalia que o trânsito é um assunto complexo e por isso não existem soluções mágicas capazes de solucionar todos os problemas de uma só vez. Uma alternativa, segundo ele, seria o investimento maciço em transporte coletivo rápido e eficaz.

Délio esclarece que em países com cidades muito populosas, como Tóquio, no Japão, o transporte mais utilizado para o deslocamento da população são os trens metropolitanos de alta velocidade.

No Brasil, de acordo com o especialista, as pessoas consideram que se usarem o carro ganharão mais tempo e chegarão mais rápido. “A nossa cultura tende a priorizar o uso do automóvel”, salienta. O especialista defende o início da discussão de um projeto de criação de um metrô em Goiânia.


VEREADORES ACUSAM FALHAS NA OBRA

Os vereadores Maurício Beraldo (PSDB) e Elias Vaz (Psol) apontaram falhas no Viaduto João Alves de Queiroz, conhecido como elevado da T-63. Eles visitaram na tarde de ontem a obra recém-inaugurada e apontaram irregularidades, como buracos ocasionados pelas recentes chuvas na pista da trincheira que passa sob o elevado. Os vereadores lideram comissão que pretende pedir a confecção de laudos técnicos de análise da obra às Universidade Católica e Federal de Goiás (UCG e UFG) e ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de Goiás (Crea-GO).

Beraldo disse que o elevado não tem projeto de drenagem, não incluiu sistema cicloviário nem permissão para a passagem de ciclistas na mesma via destinada aos veículos, como prevê a legislação municipal. Beraldo também questiona os valores dos aditivos contratuais, que segundo ele, somam mais de R$ 4 milhões no custo final da obra. “Quatro milhões não são quatro mil reais”, observou, ao lembrar que a estimativa da Prefeitura era de gastar apenas R$ 600 mil a mais.

Já Elias Vaz questiona os critérios de escolha da empresa Delta Construções. Para ele, o viaduto foi uma obra feita “a toque de caixa” e de interesse “estritamente eleitoral”. Outros pontos criticados por Vaz são em relação ao tempo de discussão da obra com a sociedade e a falta do estudo de impacto da vizinhança. Nem mesmo a retirada de árvores das proximidades do viaduto foi esquecida pelo vereador. “Eles retiraram dois ipês da Avenida 85 somente para dar visibilidade à obra”, acusou.

Beraldo acrescentou que convocou o secretário municipal de Obras, Alfredo Soubihe Neto, para comparecer às 9 horas de hoje na Câmara Municipal para apresentar documentos e prestar esclarecimentos sobre o conjunto de obras. A reportagem do HOJE entrou em contado com o secretário para pronunciar sobre o assunto, mas até o fechamento da edição ele não retornou.

Enquanto os vereadores falavam com a imprensa, uma moradora de um edifício localizado em uma rua paralela à Avenida T-63 reclamou da construção dos bueiros da trincheira. Segundo ela, da forma como foram construídos, os bueiros inundam a garagem subterrânea do edifício. (R.R)


TRÂNSITO NA BR-153 SERÁ ABERTO HOJE

O tráfego na pista superior do Viaduto Alto da Glória, no perímetro urbano de Goiânia (km 501 da BR-153), será liberado às 8 horas de hoje pelo superintendente regional do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte em Goiás (Dnit-GO/DF), Ruimar dos Santos. Às 10 horas, serão liberados também os 22 quilômetros de pista dupla já concluídos e sinalizados no trecho entre Professor Jamil e Rancho Alegre. Posteriormente, será realizada a entrega das instalações do novo Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no km 610. A obra do viaduto, iniciada há cerca de seis meses, foi orçada em R$ 6,9 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A obra incluiu passagem para pedestre nos dois sentidos, duas pistas também nos dois sentidos, duas pistas laterais, canteiro central, iluminação e alças de acesso à rodovia e bairros. Conforme o Dnit, a obra visa desafogar trevos de acesso a GO-020 e ao Parque das Laranjeiras, ligação futura entre bairros que são separados pela BR, oferecer nova opção de saída e entrada da cidade e proporcionar ao pedestre maior segurança na travessia da rodovia federal. Do total de 200 quilômetros do trecho de Goiânia-Itumbiara, restam somente 25 quilômetros de pista a serem duplicados em 2009. (Wanessa Rodrigues)