Aprovados em 1º lugar na UFG se surpreendem com resultados

Aprovados em 1º lugar na UFG se surpreendem com resultados (Diário da Manhã, 14/02/09)

Passar no vestibular é bom. Em primeiro lugar, é melhor ainda. Os alunos que tiveram o gostinho de ter os nomes no topo da lista dos aprovados no vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG) mal conseguem acreditar nas colocações obtidas. Eles comemoram o resultado positivo até hoje, principalmente porque foi baseado em muito esforço e dedicação. Os aprovados no vestibular da UFG tem do dia 18 a 20 deste mês para concluir o processo de matrícula. Depois é aguardar o início das aulas.
Levantamento feito pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Luterana do Brasil, em São Paulo, mostrou que o vestibular causa estresse nos alunos que se preparam para as provas. Foram 1.046 vestibulandos entrevistados, e o estudo apontou que 56,3% apresentaram sintomas de ansiedade, considerando os níveis de intensidade leve, moderado e grave. As candidatas do sexo feminino se mostraram mais ansiosas do que os homens. Estar em primeiro lugar na lista, depois do resultados das provas, também pode causar certo estresse de acordo com um dos autores do trabalho, o médico-psiquiatra Daniel Guzinski Rodrigues. A cobrança pode ser maior por parte da família ou da universidade. Isso pode ser prejudicial para o desempenho desse aluno durante o curso.
O estudante Felipe Sales Nogueira Amorim Canedo, 18, foi o primeiro colocado em Medicina. Esse foi o curso mais concorrido desse vestibular, com 34,41 candidatos por vaga. Ele não teme cobrança maior por ter sido o primeiro colocado. Além de passar na UFG, Felipe também foi aprovado para o mesmo curso na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e na Universidade de Brasília (UnB). Este último pelo programa de avaliação seriada.
Filho de médicos, Felipe até pensou em escolher outra carreira, mas, no final, decidiu pela profissão dos pais. “Acho que fiz uma boa escolha.” Ele conta que toda a família ficou orgulhosa do desempenho nas provas. E garante que vai cursar Medicina aqui, em Goiás. “Até pensei nas outras universidades, mas temos uma boa estrutura, e acredito que vai ser melhor ficar aqui.” Com dois irmãos mais novos, ele diz que eles querem seguir o caminho dos pais e agora o do irmão.
Felipe diz que sempre teve boas notas na escola e que nunca sofreu pressão dos pais para tentar o curso de Medicina. Ver seu nome em primeiro lugar na lista dos aprovados foi uma surpresa. “Sabia que tinha saído bem pela pontuação, que tivemos acesso antes do resultado do vestibular, mas não imaginava que seria o primeiro. Estou feliz e satisfeito.”
Com apenas 16 anos, Guilherme Rocha de Oliveira foi o primeiro colocado no curso de Administração da UFG. Apesar da pouca idade, ele acredita ter escolhido o melhor curso. “Minha família tem uma empresa, e quero seguir esse caminho”, diz. O futuro administrador quer se especializar em áreas econômicas, porque esse é um dos seus pontos fortes. Com a mesma idade de Guilherme, Fernanda Ferreira Carvalho foi a primeira colocada no curso de Filosofia da UFG. Só que ao contrário do futuro administrador, Fernanda ainda não concluiu o Ensino Médio. Ela termina no final de 2009 e, mesmo com a possibilidade de entrar na Justiça para cursar a universidade ao mesmo tempo em que termina os estudos, ela prefere se dedicar à escola.

Planos para
o futuro

Heitor Moreira de Oliveira, 17, que conseguiu o primeiro lugar do curso no período noturno, quer ser promotor de Justiça. “Assim que ingressar na universidade, quero conciliar os estudos com a preparação para concursos. Sei que posso e vou correr atrás disso”, diz o rapaz que, até pouco tempo, assume não ser muito chegado aos estudos. Ele conta que, quando começou o terceiro ano do Ensino Médio, viu que era momento de se dedicar. “Os estudos já fazem parte da minha rotina, e vou fazer disso um ponto positivo.”
Para se sair bem no vestibular para o curso de Jornalismo, Luciano Rodrigues Castro, 19, estudou tanto que precisou de cuidados médicos. “Não foi nada grave. Tudo compensou depois que vi que tinha me saído bem no vestibular.” Como os outros alunos que conseguiram a primeira colocação no vestibular da UFG, Luciano não acreditava que seria o número um. A mãe do jovem, Lucimeire Ribeiro de Castro, diz que ficou tão satisfeita que saiu contanto para todos da família.
Com preferência por números e cálculos, Pedro Gonçalves Álvares, 18, foi o primeiro colocado no curso de Engenharia Elétrica. Antes de ele ver seu nome na lista dos aprovados, um amigo, o avô e a mãe já haviam conferido seu desempenho pelo site da universidade. “Quando eles me ligaram, foi um susto.”