Números divergentes em levantamentos

Números divergentes em levantamentos (O Popular, 16/02/09)

Por uma diferença dos critérios utilizados, o número de áreas prioritárias definidas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) é diferente da quantidade apontada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh). No primeiro levantamento, foram identificadas 66 áreas, cuja extensão da devastação é de 67,5%. Já a Semarh considera que Goiás tem 40 áreas prioritárias para conservação. Nessas regiões, o desmatamento também é acelerado.

Outro estudo do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), do ano passado, mostra que 58,5% da vegetação nas 40 áreas já foram derrubados. São 48,1 mil quilômetros quadrados devastados, de um total de 82,3 mil. As imagens de satélite mostram que metade da vegetação que sobrou está a 500 metros de áreas de drenagem, ou seja, próxima a rios e cursos d’água, o que reforça a necessidade de conservação.

“Goiás, como componente do núcleo principal de Cerrado, sofreu uma transformação dramática do uso da terra. A situação é grave”, afirma o coordenador do Lapig da UFG, Laerte Guimarães Ferreira, doutor em Ciências Ambientais e Sensoriamento Remoto. Laerte vê o desmatamento de áreas prioritárias como uma “aparente contradição”.