A expansão da UFG no contexto do desenvolvimento econômico de Goiás
A expansão da UFG no contexto do desenvolvimento econômico de Goiás (Diário da Manhã, 16/03/09)
A Universidade Federal de Goiás aderiu, em 2007, ao Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). O programa prevê a injeção de verbas para recuperação das universidades e a otimização de suas estruturas físicas e humanas, com a finalidade de tornar mais popular a universidade pública, com mais vagas e novos cursos.
A demanda por expansão e melhoria da UFG era uma antiga reivindicação da sociedade goiana. A nossa única universidade federal, uma das principais do País, encontrava-se à beira do colapso, com os sucessivos cortes dos investimentos na educação superior durante o governo Fernando Henrique, o presidente das privatizações. A situação era mais drástica nos campi do interior do Estado, em Catalão, Jataí, Rialma e Goiás, onde, para sobreviver, a universidade contava, e ainda conta, com o apoio das prefeituras locais.
Com a perspectiva de expansão da produção sucroalcooeira no Estado em vista da busca de combustíveis alternativos aos provindos do petróleo, da industrialização que Goiás vive, com a vinda de fábricas automotivas para Anápolis, a expansão do parque de Catalão e a possibilidade de Goiânia ser cidade-sede da Copa do Mundo, estamos em um momento de otimismo econômico que, de certa forma, blinda os efeitos perniciosos da crise mundial no Estado e no País.
E o desenvolvimento que a UFG tem tido, tendo à frente o competente trabalhador Edward Madureira, reitor da Universidade, e toda a equipe de pró-reitores, diretores das unidades acadêmicas e servidores técnicos e docentes, corrobora para os avanços econômicos do Estado, visto que a UFG consolida-se como polo produtor de ciência e tecnologia, tão fundamentais nesse momento em que temos a chance de deixarmos de ser meros exportadores de produtos agrícolas primários, e podermos agregar valor a nossa produção, gerando riquezas e renda.
Os cursos recém-criados estão diretamente relacionados com a necessidade de formação de profissionais preparados para áreas de tecnologia. Exemplos são fartos da precisão da administração universitária em criar, por exemplo, Engenharia de Minas em Catalão, polo de mineração do Estado, Engenharia Mecânica em Goiânia, atendendo os polos automobilísticos citados, ou mesmo Engenharia Florestal em Jataí, cidade polo da agricultura goiana, onde necessita-se de profissionais e pesquisadores voltados para o desenvolvimento sustentável da produção rural e o meio ambiente.
Nesse sentido, o papel que a UFG exercerá para os próximos anos é de ser o elo com a nova era de crescimento econômico em Goiás, pautada com o trabalho valorizado pela contribuição científica e tecnológica produzida dentro das fronteiras do Estado. Obviamente, é preciso dinamizar e ampliar as estruturas da universidade, e prepararmos para uma nova expansão, com a federalização dos campi de Catalão e Jataí, para termos em breve a Universidade Federal do Sudeste Goiano e a Universidade Federal do Sudoeste Goiano.
Com as riquezas minerais e vegetais que Goiás tem, o campo de desenvolvimento científico voltado para formas inclusivas de beneficiamento das nossas riquezas transforma nosso Estado num possível grande celeiro do Brasil, celeiro não apenas da agropecuária, mas também da indústria, da educação e, certamente, exportador do modelo de educação associada às condições locais da região, que melhorarão a vida de todos os goianos.
Nile William Fernandes Hamdy
é estudante de Direito da UFG