UFG, meio século de conquistas
UFG, meio século de conquistas (Diário da Manhã, 19/03/09)
A velha província exportadora de boi gordo já não existe mais. Os que se acostumaram a ver Goiás como algo distante, perdido no mapa interiorano de um Brasil desconhecido, foram levados, nos últimos anos, a descobrir uma nova realidade. Goiás ganhou e conquistou espaços, foi chamado às mesas de decisão, começou a apontar caminhos novos, prerrogativa centenária dos Estados do Sul. Somos, de fato, um novo Goiás. Mais forte, mais eficaz, mais atento, mais letrado.
Neste contexto de renovação econômica, cidadã e cultural, tiveram (e têm) papel fundamental nossas universidades: a Católica, fundada por dom Fernando Gomes dos Santos em 1959, e a brava UFG, nossa Universidade Federal, surgida em dezembro de 1960. Nestes cinquenta anos, estas duas egrégias casas de Ciências e Letras foram responsáveis pelo grande salto de qualidade que nosso povo e nosso Estado experimentaram.
Gostaria de registrar, hoje, o papel fundamental e alvissareiro da UFG na verdade cultural goiana, ressaltando os grandes avanços com os quais convivemos agora. Um vigoroso conjunto de obras físicas, ampliação de cursos e aprofundamento científico marcaram as comemorações de seus 48 anos, completados em 14 de dezembro do ano passado, e isso é o melhor sinal de maturidade e compromisso com o futuro.
Os avanços são, de fato, alentadores. A começar pela interação correta com a bancada federal goiana. Universidade e parlamentares afinaram o discurso e se comprometeram com a Ciência que alavanque o real desenvolvimento do Estado. Os 25 novos cursos foram uma das grandes conquistas para Goiânia, Jataí, Catalão e Goiás, muitos no período noturno, atendendo a grande faixa dos que trabalham durante o dia. Esta mesma parceria possibilitou a construção de um novo Bloco de Internações no Hospital das Clínicas, ampliando o trabalho de apoio à comunidade, já sensivelmente dinamizado pelas ligas acadêmicas da Faculdade de Medicina. Ainda sob os ares e recursos de Brasília, construiu-se o ótimo Centro de Cultura e Eventos Prof. Ricardo Freua Bufáiçal, com 8 mil m² no Campus Samambaia, num investimento de R$ 11 milhões.
Outras obras surgiram recentemente e também norteiam novas ações acadêmicas e culturais: a nova biblioteca no Campus Colemar Natal e Silva, concretizada com apoio do Banco do Brasil, a inauguração do Cine UFG e a próxima implantação de uma galeria de artes no Setor Universitário. Aos 48 anos, a UFG mostra fôlego e garra para ampliar sua atuação em favor de Goiás e dos goianos.
É de se ressaltar também a ritmada evolução da vida acadêmica, com destaque para a eleição direta de todos os diretores das unidades acadêmicas, garantindo melhor nível de diálogo e de busca conjunta de soluções. Soluções, aliás, que passam por uma constante qualificação dos docentes, levados a pós-graduações sempre muito bem-vindas, e hoje seguidamente vistos como referência na pesquisa nacional, em diversas áreas do conhecimento.
Em sua relação direta com a população, além do brilhante e essencial trabalho da Faculdade de Medicina, cumpre lembrar a contínua ação da UFG com a incubadora social, atingindo os diversos movimentos sociais com turmas especiais inclusivas. Esta ação se amplia com Pedagogia para assentados do Incra, Licenciatura Intercultural Indígena, Direito para as famílias beneficiadas pela reforma agrária e pela agricultura familiar, dentre outras fortes e louváveis atividades.
Aos 48 anos, a UFG é, desse modo, um dos mais sólidos patrimônios de Goiás, profundamente ligada à vida de sua gente e comprometida com a formação de legiões de jovens que fazem a base de todas as nossas melhores projeções de futuro. Goiás se orgulha de ter aqui uma instituição desse porte e desse gabarito. Um fiel retrato de nossa realidade, de nossas muitas conquistas, do novo Goiás que estamos construindo. No ano que vem, em seu jubileu de ouro, teremos, com certeza, muito mais a comemorar.
Ademir Menezes
é vice-governador de Goiás