Citybus tem circulação adiada e tarifa definida

Citybus tem circulação adiada e tarifa definida (Diário da Manhã, 25/03/09)

Prestação do serviço depende da publicação no Diário Oficial, no prazo de 8 dias. Viagem custará R$ 4 e passagem convencional será reajustada

Não será hoje que os novos micro-ônibus do transporte seletivo, chamados Citybus, começarão a circular. Ainda falta a publicação no Diário Oficial para homologação do serviço. Presidente da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) e secretário de Cidades, Paulo Gonçalves de Castro acredita que no prazo máximo de oito dias os novos ônibus estarão rodando. O documento já foi encaminhado para publicação.
Os ônibus deverão circular em três linhas. A princípio, 19 dos 65 veículos devem transitar entre o Shopping Flamboyant e a Praça Tamandaré (linha 900). Outro trajeto ligará o shopping à Praça Universitária (linha 901) e o terceiro, entre o residencial Eldorado até a Praça Tamandaré (linha 907). O preço da passagem foi fixado em R$ 4.
O valor foi definido em reunião da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) na manhã de ontem. De acordo com o presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo, Marcos Massad, o preço ficará congelado por seis meses, quando o órgão submeterá o valor a nova análise, que poderá aumentar ou decrescer a tarifa. “Foi realizado um trabalho prévio, mas é a experiência que vai mostrar a realidade”, explicou Massad.
As três linhas iniciais do transporte executivo são compostas por dois trajetos circulares e um radial. Elas serão exploradas pela Rápido Araguaia. O serviço vai das 6h às 22h30 nas linhas circulares e das 6h às 23h na linha radial em dias úteis. A CMTC informou que o Citybus será plenamente instalado em 30 dias. Serão empregados 75 ônibus em 13 linhas.
Marcos Massad disse que o transporte seletivo não concederá meia passagem a estudantes nem gratuidade a idosos. “É um serviço especial, com ônibus de apenas 28 lugares. Se forem oferecidos os benefícios do transporte coletivo comum, a tarifa ficará muito alta”, afirma.

Aumento
A Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) deve se reunir extraordinariamente no próximo dia 14 de abril para definir o percentual de aumento da tarifa convencional. Os membros que compõem a CDTC chegaram a analisar o valor, mas preferem esperar a reunião para definir a quantia final.
O secretário de Cidades e presidente da CDTC, Paulo Gonçalves de Castro, e o presidente da Companhia Municipal de Transporte Coletivo (CDTC), Marcos Massad, não quiseram adiantar os números previstos, uma vez que fatores externos podem contribuir com o preço. “Já temos estudos, mas o número final ainda será discutido”, informou Massad. “Até 14 de abril não se fala em reajuste”, disse Paulo Gonçalves.
Uma das alterações esperadas pelos técnicos é a redução dos combustíveis, especulada por agências nacionais e pela própria Petrobras, estatal brasileira que regula o petróleo no País. “Se isso se confirmar,  poderemos descontar a redução no valor da passagem”, afirma Gonçalves.
Outra melhoria anunciada é a reconstrução do Terminal Bandeiras, para ser iniciada dentro de 70 dias. Na Capital e região metropolitana, já foram instalados cerca de 1.200 novos abrigos, dos 1.700 planejados.

 

Valor do bilhete desabilita classe média, afirmam especialistas

 

O valor da tarifa do ônibus executivo é o quesito mais criticado por especialistas de trânsito consultados pelo DM. Eles acreditam que o custo inviabilizará que a classe média deixe o veículo em casa e opte pelo transporte coletivo. O mesmo fator impedirá que estudantes e assalariados busquem o serviço. 
A professora de Planejamento de Transportes da Universidade Federal de Goiás (UFG) Márcia Helena Macêdo é cética quanto à alternativa. “Não há atrativo financeiro. Com R$ 8 diários é possível abastecer e fazer um percurso muito mais flexível”, afirma.
Para ela, o público que usará o micro-ônibus será o usuário que utiliza o transporte coletivo convencional. “Não creio que será para quem tem carro. Será para quem já usa o ônibus e poderá pagar por um serviço de melhor qualidade.”
O professor da Universidade Católica de Goiás (UCG) Ismar Istulano Garcia pensa semelhante. “Não acredito que as pessoas deixarão o comodismo do carro para usar o ônibus. Além do mais, a classe média não terá condições financeiras para usar o Citybus todos os dias.” Se o indivíduo fizer duas viagens diárias, o preço mensal será de R$ 240.

 

Deputado irá propor redução de preço em finais de semana

 

  A Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) negou proposta do representante da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, deputado José Nelto (PMDB). O parlamentar propôs que o valor da tarifa do ônibus executivo, o Citybus, fosse de R$ 3,5. “Seria um preço melhor e o usuário economizaria R$ 1 por dia.” O voto do parlamentar foi vencido porque seis representantes alegaram que o valor não quitaria os custos de operação.
Na próxima reunião da CDTC, deve ser apreciada proposta de Nelto em reduzir para R$ 1 o valor da tarifa do ônibus comum nos finais de semana. “Aumentaria muito o número de usuários e todos sairiam ganhando.”
Para propiciar a redução, o deputado defende isenção tributária a combustíveis e peças dos veículos. “Só com isso, o valor da passagem para o serviço comum cairia 30 centavos.” Além do reajuste no preço da tarifa, a CDTC irá analisar no próximo dia 14 se é possível ampliar o Eixo Anhanguera até a Vila Mutirão, na região noroeste da Capital.

Fonte: João Paulo Teixeira, Ivair Lima