MEC quer enem para seleção; UFG é contra

MEC quer enem para seleção; UFG é contra (Hoje Notícia, 01/04/09)

A Universidade Federal de Goiás (UFG) não deverá aderir este ano ao novo sistema de seleção de alunos proposto pelo Ministério da Educação (MEC), que visa reestruturar o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e acabar com os vestibulares das instituições públicas de ensino. De acordo com a pró-reitora de Graduação, Sandramara Matias Chaves, as discussões na universidade goiana ainda não começaram e o processo seletivo 2010 devem ainda contar com os vestibulares.

A proposta do MEC chegou oficialmente às universidades na última segunda-feira e deve passar por uma série de discussões antes de ser implementada. “O Mec está aberto a discutir as questões, mas nós nem começamos o debate interno porque estávamos aguardando a proposta oficial. Possivelmente a UGF não vai aderir totalmente este ano. Acredito que ainda haverá vestibular 2010, porque não temos tempo hábil”, disse a pró-reitora, que pondera que deverá haver um índice maior de vagas destinadas ao Enem no processo seletivo desse ano.

Apesar de não aplicá-la na próxima seleção, Sandramara diz que a substituição parece ser positiva. “Eu acredito que a ideia e os princípios são interessantes. Quem se preocupa com a educação acha interessante. A operabilidade da proposta que é complicada. São várias questões que devem ser discutidas, como a segurança de se fazer uma única prova em todo o País”, ressalta a secretária. Ela lembra ainda que a adesão ao novo Enem é facultativa. “As universidades podem aderir ou não.”

Outro ponto salientado pela pró-reitora é a mobilidade de estudantes do país. Por um lado, ela comenta que o estudante poderá escolher qualquer curso do País. “A ideia do ministro (da educação, Fernando Haddad) é que haja possibilidade de promover a circulação dos alunos, já que sua pontuação valerá para todo o Brasil”. Como referência para o novo sistema, o Mec cita o sistema americano para ingresso nas instituições de ensino, o chamado SAT (Scholastic Assessment Test). Segundo o ministério, enquanto 20% dos estudantes americanos são de Estados diferentes das universidades onde estudam, no Brasil essa taxa de mobilidade é de 0,04%. A mobilidade, no entanto, pode não ser o que os alunos querem, de acordo com a pró-reitora. “A primeira opção do aluno geralmente é próximo ao local onde ele mora.”

A intenção do ministério é fazer uma seleção por meio de quatro provas e uma redação que seriam aplicadas em dois dias. Os testes seriam de linguagens e códigos, matemática, ciências naturais e ciências humanas, cada um com 50 itens, que valeriam para todas as universidades que aderissem ao projeto. Na próxima semana, será realizada uma reunião entre os representantes das universidades para discutir a mudança. O ministério alega que, além de mudar o sistema de seleção, ele afetará também o próprio ensino médio.
Como em muitas universidades o vestibular é semestral, é possível que a nova prova passe a ser aplicada duas vezes ao ano. Modelos de avaliação seriada ou de reserva de cotas raciais poderão ser mantidos de acordo com a decisão de cada instituição. (com Agência Brasil)


UEG VAI UTILIZAR NOVA ORTOGRAFIA EM VESTIBULAR

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) vai utilizar no próximo processo seletivo 2009/2 as novas regras ortográficas, em vigor desde o dia 1º de janeiro desse ano. Embora a instituição de ensino informe que as provas serão elaboradas de acordo com a mudança, também será aceita no vestibular, até 1º de janeiro de 2013, a forma antiga da escrita. Coordenadora Acadêmica do Núcleo de Seleção da UEG, Abadia de Lourdes da Cunha, diz que os candidatos não serão prejudicados, pois as bancas de correção já estão devidamente orientadas para aceitar as duas formas de escrita durante o período de transição, inclusive as que misturarem as duas ortografias. A universidade começa a utilizar a regra já no vestibular do meio do ano (2009/2). A primeira fase do vestibular está marcada para o dia 1º de maio próximo.