Maioria é favorável ao vestibular unificado
Maioria é favorável ao vestibular unificado (Hoje Notícia, 08/04/09)
Pablo Santos
O Ministério da Educação já conquistou a maior parte dos reitores das universidades federais para a ideia de unificar os vestibulares em torno de um Exame Nacional do Ensino Médio ampliado e melhorado. Depois de dois dias de reuniões em Brasília, os dirigentes já estão praticamente convencidos da necessidade de alterar o processo seletivo, mas ainda levantam três problemas: tempo, segurança e diferenças regionais.
“Não são questões de todos os reitores, mas esses são os problemas que surgiram nos dois dias de conversas”, revelou Alvaro Prata, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina. As diferenças regionais são apontadas por alguns reitores como o maior entrave na proposta do MEC e estão na base da resistência de algumas universidades, como as Federais Fluminense, do Rio Grande do Sul e de Goiás.
“Há uma preocupação de que vagas de universidades do interior terminem sendo todas ocupadas por alunos de fora, melhor preparados, especialmente nos cursos mais concorridos. Se pudéssemos oferecer 4 milhões de vagas, isso não seria problema. Mas a universidade federal é pequena”, alertou Aloísio Teixeira, reitor da Federal do Rio de Janeiro, ele, pessoalmente, um entusiasta da ideia.
Já Jesualdo Farias, da Federal do Ceará, diz não temer essa invasão de estudantes de fora. “Isso não me assusta. Na hora de fazer a primeira opção, o aluno vai fazer pelo lugar onde vive”, acredita.
A Universidade Federal de Goiás (UFG) começará na próxima semana as discussões internas sobre a proposta do Ministério da Educação (MEC) de se aplicar um processo seletivo único em todas as universidades federais do País. Ontem, os reitores e pró-reitores das federais se reuniram para debater mais profundamente a proposta. Na segunda-feira, um outro encontro contou com a presença do ministro Fernando Haddad. O objetivo é que seja elaborada um prova, que seria uma reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicada em todo o Brasil.
De acordo com a pró-reitora da UFG, Sandramara Matias Chaves, o assunto ganhará agora as comissões internas da universidade goiana. “Agora vamos começar a discussão dentro da UFG. Vamos ouvir os conselhos da universidade para depois decidir o que faremos. Não dá para dizer qual vai ser a posição da universidade, porque a decisão vai ser do conselho”.