Particulares não demonstram interesse em novo vestibular
Particulares não demonstram interesse em novo vestibular (Diário da Manhã, 14/04/09)
Instituições vão optar sobre participação no sistema unificado. Justificativa é que discussão ainda é precoce. Federal tem até o final de abril para aderir
Faculdades particulares de Goiás ainda não demonstram interesse pelo vestibular unificado proposto pelo Ministério da Educação (MEC). Centenas de universidades federais de todo o País começam com o novo modelo já nesse ano. Instituições particulares e estaduais também poderão usar as notas do exame para seleção dos alunos. A justificativa para a não-adesão do método é que a discussão é recente e a maioria afirma que, se for eficaz, poderá ser incorporado nos sistemas das particulares.
As federais têm até o final de abril para se posicionarem quanto à adesão. Elas terão duas possibilidades. Na adesão completa, as instituições usarão o novo Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) como prova única e terão suas vagas inseridas em um sistema on-line nacional. Na outra proposta, as universidades que têm a intenção de realizar uma segunda etapa de seleção poderão usar o Enem apenas como uma primeira fase. Nesse caso, não participarão do sistema nacional de seleção. A Universidade Federal de Goiás ainda avalia a melhor opção, mas é certo a adesão de uma delas.
Professora Eliana Machado Pereira Nogueira, do Núcleo de Seleção da Universidade Estadual de Goiás (UEG), diz que é prematuro afirmar a participação da universidade no sistema de seleção. Mas acredita que os debates sobre o tema devem iniciar logo.
Reitor da Uni-Anhanguera, Jovenir Cândido é mais enfático e afirma que a instituição não usará as notas da prova unificada para seleção. “Como temos o vestibular agendado e outros meios que acreditamos ser mais eficazes para nossa realidade, deveremos continuar com o modelo que usamos atualmente”. Caso veja a necessidade, Jovenir diz que poderá mudar de ideia. “Somente se, mais tarde, o novo modelo se mostar mais eficaz”.
Heitor Moreira de Oliveira, 18, foi o primeiro colocado no vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG) para o curso de Direito no ano passado. Ele diz que a medida proposta pelo MEC é apenas paliativa para a questão da educação. Para ele, as mudanças deveriam começar a partir das bases de ensino antes de serem aplicadas no ingresso das universidades. “Não sei até que ponto pode ser bom ou ruim, mas acredito que a nova proposta precisa de mais discussão”.
Até o fechamento desta edição, as universidades Unip, Alfa, Araguaia e Católica não responderam sobre a possibilidade de aderir ao vestibular unificado. As indicações dadas por funcionários das secretarias das mesmas são de que a discussão ainda é superficial e que, nesse ano, os exames devem continuar os mesmos.