Floriculturas registram expansão de 26% em 2008
Floriculturas registram expansão de 26% em 2008 (Diário da Manhã, 22/04/09)
Segmento tem alta de 18 pontos acima da prevista. Aumento de demanda da construção civil e ordenamento da cadeia produtiva impulsionam setor
Setor de floricultura em Goiás cresceu 26% em 2008 comparado a 2007 – a expectativa era de 8%. Número é resultado parcial de pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Goiás (Sebrae-GO). Segundo o responsável pela pesquisa, Miguel Ivan, o crescimento é resultado de uma série de ações da instituição através do projeto Cadeia da Floricultura, feito em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e Associação das Floriculturas e Viveiros do Estado de Goiás (Asflore). Os dados completos serão apresentados pelo Sebrae dia 10 de maio.
Segundo Miguel, as ações do projeto fizeram com que as empresas aproveitassem o atual momento do setor de construção civil de Goiânia, que passou por período acelerado em 2007 e 2008, com aumento dos condomínios horizontais. "Procuramos organizar a cadeia produtiva do ramo de flores. Entre as medidas estavam cursos de capacitação, gestão e produção". Para Miguel, o trabalho do Sebrae está refletido nos excelentes números encontrados.
Para o gestor, o mercado está em fase de expansão, seja no elo da prestação de serviço, como engenheiros e paisagistas, na produção ou no comércio. Miguel vê ainda um crescimento especial rumo ao Distrito Federal. Para ele, o Planalto Central está muito receptivo ao mercado goiano, que ainda cabe muitos investidores.
"Dependendo do elo que se pretende atuar, dá para investir, por exemplo, R$ 50 mil e abrir um comércio, ou um milhão e trabalhar com produção, onde o investimento é maior e, consequentemente, o retorno também". Apesar de ser promissor, Miguel não arrisca um palpite sobre qual dos elos da cadeia produtiva das flores seja a melhor opção agora.
O presidente da Asflore e também dono de viveiro, Fernando Florentino, confirma o crescimento do setor no último ano. Ele, que participa de forma atuante do projeto Cadeia da Floricultura, conta que as medidas vieram para organizar o setor: "Fazíamos nossa receita de forma diferente"
Menciona também o advento do crescimento do setor urbanista de Goiânia, que inclui os condomínios, praças e casas com projetos de paisagismo. Para ele, a sociedade de uma maneira geral está mais interessada no assunto ecologia.
Há mais de 25 anos no ramo das flores, Fernando é dono do Florentino Paisagismo e diz, apesar do crescimento considerável em 2008, que já viu dias melhores. "Com certeza ao longo desses anos tivemos uma queda na receita. Mas a gente fica naquela, já que brasileiro não perde a esperança.”
Menos otimista que Miguel Ivan, Florentino acha que o sucesso de 2008 não deve repetir em 2009. “A crise está aí e nós não fomos afetados ainda porque quem está em fase terminal da obra deve concluí-la, mas já houve uma diminuição das vendas no último mês". Para ele, em um ano e meio, o setor será atingido.
A Asflore tem hoje 42 associados. Segundo Fernando, a associação ainda não conseguiu atingir os trabalhadores de Goiânia que agem na informalidade. Também não tem o total de floriculturas na Capital.