Primeiro Palácio de Goiânia
Primeiro Palácio de Goiânia (Diário da Manhã, 06/05/09)
De repente surge uma discussão procurando desvendar se Goiânia, antes do Palácio das Esmeraldas, teve um outro como Brasília teve o seu Catetinho, de onde JK despachava no início da construção da capital federal. Ao admitirmos que uma árvore, simbolicamente, poderia ser chamada de Palácio, Goiânia na verdade teve também o seu primeiro: uma frondosa moreira, na Rua 24, onde existiam dois casarões de madeira e que no começo, idos de 1934, abrigaram os escritórios dos engenheiros e urbanistas que construíam Goiânia e de onde Pedro Ludovico Teixeira, quando vinha ao canteiro de obras, despachava com os engenheiros. Daí surgir a informação de que uma daquelas árvores teria sido o ponto de despacho do governador.
Na Revista da Academia Goiana de Letras, de número 15, editada em dezembro de 1993, a ex-reitora da UFG e ex-presidente da academia Maria do Rosário Cassimiro publicava na página 134 o seguinte trecho: “Nas proximidades da Rua 24, lá pelos lados da casa do Dr. Vigiano (Domingos), existiam dois casarões de madeira e, perto deles, duas enormes árvores de moreira. Essas casas foram construídas em 1934 e nelas funcionaram escritórios dos construtores da cidade.
Em uma delas chegou a morar o professor Venerando de Freitas Borges, primeiro prefeito da nova Capital. Uma das árvores que quase não lembra o que fora na época, por milagre ainda existe. Nela está uma placa com os seguintes dizeres: Primeiro Palácio de Goiânia. Pedro Ludovico Teixeira, fundador de Goiânia, em 1933 acampou com seus auxiliares à sombra desta árvore, aqui exarando os primeiros despachos. À memória de Pedro Ludovico, a homenagem do povo goiano. Ao médico Domingos Vigiano, o reconhecimento por haver conservado e cuidado da moreira. Ela, quase centenária, neste ano de 1985, é monumento histórico de Goiânia.” Segundo o texto da professora Maria do Rosário Cassimiro, foi o máximo que se conseguiu de conservação daquele conjunto de casarões e árvores que foram testemunhas da epopeia da fundação e construção da nova Capital, uma vez que os casarões, de construção rústica e feitos em madeira branca, não resistiram ao tempo e desapareceram. E assim, lamentavelmente, perdemos tão importante marco da memória de Goiânia.