[UFG-Inclusão] Cotistas têm concorrência maior (O Popular, 18/10/11)
Cotistas têm concorrência maior
Dos dez mais disputados, apenas Arquitetura e Urbanismo tem concorrência maior no sistema universal


Os candidatos que se inscreveram como cotistas egressos de escolas públicas ao vestibular 2012/1 da Universidade Estadual de Goiás (UEG) vão enfrentar uma concorrência mais acirrada do que os que disputam as vagas (em maior quantidade) pelo sistema universal. Dos dez cursos mais concorridos do próximo processo seletivo, em apenas um deles - Arquitetura e Urbanismo, em Anápolis - a concorrência pelo sistema universal é maior (veja quadro) . O vestibular de fim de ano da UEG recebeu 27.190 inscrições, incluindo o Sistema de Avaliação Seriada (SAS).
O sistema de cotas foi adotado pela UEG em 2005, no processo seletivo de meio de ano. Na época, foram reservadas 23,3% das vagas para os candidatos inscritos nesta modalidade. Em 2006, esse porcentual aumentou para 35% e, em 2007, para os atuais 45%. As cotas fazem parte de uma política afirmativa com o intuito de favorecer o ingresso de estudantes de escolas públicas, negros, deficientes físicos e indígenas. A quantidade de vagas destinadas aos cotistas praticamente dobrou desde a criação, mas agora a aprovação pelo sistema está mais concorrido.
No vestibular realizado no fim do ano passado, os pontos de corte dos cotistas foram menores que no sistema universal. A maior diferença foi no curso de Engenharia Civil, no qual a nota do cotista aprovado em último na classificação foi 54 e no sistema universal foi 60. Dos cinco cursos com disputa por vagas mais acirrada, o de Educação Física, em Goiânia, foi o único que teve a nota de corte de cotistas de escolas públicas igual a do pior classificado no sistema universal: 45 pontos.
O curso de Engenharia Civil, em Anápolis, é o recordista em concorrência de todos os vestibulares do Estado, com 81 candidatos por vaga pelo sistema universal e 96,80 pelo de cotas para estudantes de escolas públicas. Para ter uma ideia do que isso representa, a maior concorrência já registrada no vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG) foi no fim do ano passado, quando o curso de Medicina, o mais concorrido, teve 50,23 candidatos por vaga.
A grande diferença é que, com mais vagas, a UFG atraiu mais candidatos: disputaram as 110 vagas de Medicina 5.525 candidatos. O curso de Engenharia Civil, segundo mais concorrido da UFG, com 50 vagas, teve proporção de 34,02 candidatos por vaga. Na UEG, são apenas 13 vagas para Engenharia Civil pelo sistema universal e 5 para os cotistas de escolas públicas. A UEG oferece 5.195 vagas, das quais 4.156 para o processo seletivo e 1.039 para o SAS. Elas estão distribuídas por 41 unidades universitárias em 39 cidades do Estado.
A universidade oferece outras duas modalidades de cotas: para negros e para indígenas e portadores de deficiência física (esses dois últimos estão agrupados na mesma categoria). Entre esses sistemas de cotas, no entanto, a concorrência despenca em relação ao sistema universal. A concorrência para Engenharia Civil, por exemplo, é de 5,8 entre os cotistas que se declaram negros e de 5 entre indígenas e portadores de deficiência.
Entre os dez mais concorridos, os cursos de Arquitetura e Urbanismo, em Anápolis; Farmácia, em Anápolis; Educação Física, em Goiânia, e Química Industrial, em Anápolis, não tiveram nenhum inscrito por cotas para indígenas e portadores de deficiência.