UFG mantém adesão parcial ao novo Enem
UFG mantém adesão parcial ao novo Enem (O Popular, 22/05/09)
Reitor diz que se preocupa com a segurança do processo seletivo e que tema continua em debate
Carla de Oliveira
A Universidade Federal de Goiás (UFG) manteve a adesão parcial ao uso Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para ingresso na instituição. O prazo para adesão integral, em que a nota do Enem é avaliada para ingresso nas instituições em um sistema unificado em todo o País, terminou na quarta-feira.
A Federal de Goiás vai adotar, no vestibular de 2010, o mesmo modelo do concurso anterior, quando a nota do Enem foi utilizada, conforme adesão do candidato, como parte (20%) da nota da primeira fase do processo seletivo.
As discussões sobre a adesão da instituição, no entanto, continuam, já que o seu modelo de participação poderá ser alterado no próximo ano, ficando a decisão final a cargo dos conselhos superiores da instituição. O assunto foi discutido ontem, durante o seminário O Processo Seletivo Unificado: o novo Enem, promovido pela UFG, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Bufáiçal.
De acordo com o reitor da UFG, Edward Madureira, a instituição está tratando o assunto com cautela, levando “as discussões a todas as instâncias deliberativas da universidade e a todos os atores da educação no Estado”.
Segundo ele, 40 universidades federais, de um total de 45, aderiram de alguma foram à proposta de utilização do Enem. “A maioria fará a utilização parcial”, destaca. No caso da UFG, a instituição manterá o Enem como parte da nota da primeira fase, diz, e o processo será avaliado a cada ano, podendo ser modificado. O reitor demonstrou preocupação com a segurança do processo de aplicação das provas do Enem, considerando cerca de 5 milhões de estudantes realizam a prova em mil municípios. Pró-reitora de Graduação da UFG e membro do Comitê de Governança para a elaboraçã do novo Enem, Sandramara Matias Chaves diz que não há prazos para optar pelas demais formas de adesão, que não a integral. Ela prefere não apontar tendências e destaca que a decisão final é dos conselhos superiores da UFG. Porém, assinala que o modelo existente pode evoluir para o aumento do índice de participação da nota do Enem no vestibular, para o preenchimento de vagas remanescentes ou como primeira fase do processo seletivo.
Segundo destaca, o Enem deve passar a ser obrigatório. Só poderá receber o certificado de conclusão do ensino médico o aluno que fizer o exame. Sandramara Chaves orienta aos estudantes que estão concluindo o ensino médio para que façam o exame, considerando que a participação não lhes trará nenhum prejuízo e ainda poderá beneficiá-los com uso da nota em vários outras instituições federais que já aderiram ao novo modelo. Conforme explica, hoje, o sistema da UFG, aproveita o melhor desempenho do candidato que faz opção pelo Enem. Reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) e presidente do Conselho Nacional que reúne as instituições, Paulo César Pereira diz que a posição unificada das IFGs é de adesão integral ao Enem, para preenchimento das vagas de ensino superior, a partir de 2010. Este ano, diz, não há como fazer a adesão. “Muitos alunos não fizeram o Enem em 2009.” Segundo diz, a opção será amplamente divulgada na comunidade para que possa ser implantada no ano que vem.
O Enem foi instituído pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, em 1998, para ser aplicado aos concluintes e aos egressos do ensino médio. O exame nasceu visando avaliar o desempenho dos estudantes ao final da escolaridade básica e para medir seu preparo para o exercício pleno da cidadania.