ATENDIMENTO AUMENTA 30% NOS CAIS E CIAMS

ATENDIMENTO AUMENTA 30% NOS CAIS E CIAMS (Hoje Notícia, 26/05/09)

Com o início do tempo seco, a procura pelos Cais e Ciams de Goiânia aumentou 30% em função das doenças respiratórias. Ontem, os termômetros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registravam índice de umidade do ar de 45%. A previsão do Inmet é que em junho a umidade do ar chegue a 25% e em setembro, mês ápice na seca do ar, a 10%. Especialistas em saúde alertam que a umidade do ar ideal para a saúde fica entre 60% e 70%.

Nos meses de verão, os problemas das vias aéreas correspondem a 10% do total de atendimentos, segundo a coordenadora de Urgências da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), enfermeira Fabricia Barbosa de Morais. O tempo seco, conforme a coordenadora de Urgências, nas pessoas sadias pode causar irritação nos olhos, garganta e nariz, já naqueles com rinite alérgica e/ou asma o quadro é ainda mais grave.

O professor de Pediatria da Universidade Federal de Goiás (UFG) pediatra Salomar Martins Marques destaca que as principais doenças respiratórias são as virais, as quais se manifestam através de coriza, tosse e febre. “No resfriado, a febre e o mal-estar são mais amenos. Nas gripes, estes sintomas são mais fortes. A asma, além de poder ter esses indícios, a pessoa tem dificuldade de respirar, chiado no peito e cansaço”, explica o pediatra.

Já a rinite alérgica, muitas vezes confundida com resfriado, pode ser diferenciada se sintomas como coriza clara e espirros pela manhã aparecerem, diz o pediatra. O histórico clínico também é avaliado na detecção da doença, porém, “só o médico pode diagnosticá-la”, completa Marques. No clima seco, coceira nos olhos e pálpebras, ardência, sensação de “areia nos olhos”, lacrimejamento, olhos vermelhos, inchaço nas pálpebras também são sinais característicos.

Ao menos duas vezes por ano Antonia Pereira Loiola, 49, interna seu filho, Weverton Rodrigues Loiola, 12, por razão dos problemas respiratórios. “Ele tem alergia a chocolate, pêlos de animais, roupas felpudas, carpete, mantas e quando faz um esforço maior tem que correr para o Pronto Socorro”, diz.

Antonia, quando percebe que o tempo está seco, ferve eucalipto e deixa o vapor ao lado da cama do filho. “Me ensinaram, faço e dá certo.” Weverton não faz nenhum tratamento para alergia. “Não tenho plano de saúde”, alega a mãe. Mesmo assim, ela sofre ao ver seu filho durante as crises, já que ele não consegue respirar direito, o que os fazem perder noites de sono.

O eucalipto pode dar certo com Weverton, mas nem sempre é recomendado, uma vez que a pessoas pode ter alergia à essência. Para isso, o médico dá dicas sobre como regar os dias secos: “A bacia com água ou toalha molhada no lugar de dormir ainda é a melhor tática. Segundo Marques, é adequado: manter a casa higienizada, arejada e ensolarada; tomar bastante líquido para hidratar corpo e secreções; evitar exposição prolongada em ambientes com ar-condicionado; não deixar ninguém fumar dentro de casa; e, usar soro fisiológico para os olhos ou narinas.

Marques destaca a importância de não se automedicar. “Existem remédios com promessas milagrosas de cura, ele, na verdade, pode fazer ainda mais mal para a saúde”, alerta. O pediatra orienta aos pais a vacinar os filhos, inclusive com as vacinas específicas para a Influenza, não encontradas na rede pública de saúde.