Ciências Contábeis, Sociais, Nutrição, Fisioterapia, Agronomia e Administração estão entre os dez primeiros colocados nas universidades públicas do Estado
Ciências Contábeis, Ciências Sociais, Nutrição, Fisioterapia, Agronomia e Administração estão no topo da lista entre os dez melhores cursos presenciais das universidades Federal (UFG) e Estadual (UEG) de Goiás, de acordo com o conceito preliminar de cursos (CPC) do Ministério da Educação (MEC). O resultado, divulgado em 13 de janeiro, refere-se a 2009. Para avaliar a qualidade de uma graduação, o critério utilizado é feito pela média de diferentes indicadores, como o desempenho dos ingressantes e concluintes no Exame Nacional de Estudantes (Enade).
São utilizados, também, para avaliar a qualidade de um curso o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), que determina o quanto de conhecimento as graduações agregam aos alunos, além das variáveis de insumo, que considera corpo docente, infraestrutura e programa pedagógico. Nesse contexto, os dez melhores cursos de graduação da UFG alcançaram médias entre 3,72 a 4,57 no CPC. Cências Contábeis aparece em primeiro lugar no ranking.
Na sequência estão Ciências Sociais (4,27) e Nutrição (4,24). Graduações tradicionais como Medicina, Engenharia Civil e Odontologia figuram também na lista dos dez melhores. Os destaques na UEG ficam por conta dos cursos de Fisioterapia, Agronomia e Administração, que obtiveram médias 3,57; 3,56 e 3,49, respectivamente, conforme o MEC. As médias da instituição variam entre 2,71 a 3,57 no contexto geral.
Para o reitor da UEG, Luiz Antônio Arantes, os cursos de Fisioterapia de Goiânia, Agronomia de Ipameri e Administraçao, Engenharia Agrícola, Ciências Econômicas e Ciências Contábeis de Anápolis ocupam, também, posição de destaque porque são cursos de bacharelado já consolidados, tanto pelos projetos pedagógicos quanto pela estrutura e corpo docente, bem como por não possuírem demanda reprimida.
O reitor explica que esses não são os únicos cursos de destaque na instituição. Cita as graduações de Sistemas de Informação em Ceres, Química em Formosa, Geografia em Goiás, História e Matemática em Iporá, Tecnologia em Alimentos em Jataí e outros espalhados pelas 42 unidades da UEG no Estado. “Observamos que os cursos que vêm apresentando melhora qualitativa em sua estrutura curricular e desenvolvendo metodologias que garantam a necessária competência técnica específica de cada área investem em processos de qualificação do pessoal docente", diz.
Arantes explica que ao elaborar o Plano de Desenvolvimento Institucional da UEG são traçadas ações que têm como meta atingir todos os cursos, tais como a implantação de infraestrutura e manutenção tecnológica dos laboratórios e bibliotecas, qualificação dos profissionais com cursos de formação continuada e pós-graduação e elevação da capacidade produtiva por meio de pesquisas científicas e tecnológicas.
Para a pró-reitora de Graduação da UFG, Sandramara Matias Chaves, quanto aos cursos, a UFG está muito bem avaliada. “As nossas avaliações no Enade mostram que temos nota máxima em vários cursos, mas um dos componentes dessa avaliação é que o Enade depende muito da adesão dos alunos ao processo. Então, fatores como este e outros que compõem essa amostra, interferem na questão da qualidade”, diz.
Investimentos
O estudante de Fisioterapia da UEG, Vinícius Matias Laurentino, 21, optou pelo curso por uma questão de afinidade e por ser uma das únicas graduações na área de saúde disponível pela instituição. O jovem iniciou o curso no primeiro semestre de 2009 e só vai conclui-lo no final de 2013. Para ele, a instituição oferece um bom quadro docente, mas ainda faltam investimentos na estrutura física da universidade. “Às vezes, faltam materiais fisioterapêuticos e didáticos. Por isso, o que sustenta o curso de Fisioterapia em primeiro lugar, na minha visão, é o esforço dos professores, da coordenação e dos alunos.”
Com 322 estudantes, Fisioterapia era o curso com o maior número de matrículas em 2009 na UEG, seguido dos cursos de Agronomia, Farmácia e Engenharia. Na UFG, Computação e Informática com bacharelado em Ciência da Computação estava no topo da lista com 678 matrículas em 2009. Na sequência, figuravam Engenharia Civil (404) e Matemática, com 355 alunos.
Estudantes com diploma caem 17%
Em Goiás, o número de estudantes que concluíram o ensino superior em 2009 (22.589) é menor 17% se comparado a 2008 (27.218), de acordo com o Censo da Educação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC). Entre aqueles que conseguiram obter o diploma em 2009, 13.105 tiveram título em bacharelado, mais de 6 mil em licenciatura e cerca de 2,3 mil em tecnólogo. Há dois anos, a maioria dos alunos que colou grau era do interior do Estado.
As universidades privadas lideram o ranking das Instituições de Ensino Superior (IES) com a maior quantidade de estudantes que concluíram uma graduação. Segundo o Inep, Goiás contava, até 2009, com 78 IES. Destas, 27 em Goiânia e 51 no interior. Ao todo, 89,7% são privadas. Isso equivale a 70 IES no Estado; a maior parte localizada no interior. O número de matriculados na educação superior presencial era de 158.224 alunos, sendo mais de 107 mil em unidades particulares e cerca de 51 mil em instituições públicas.
No Brasil, atualmente, 71% dos cursos presenciais são de bacharelado. Já a metade dos cursos de ensino a distância é de licenciatura.
Nota máxima em 1,2% das instituições do País
Chama a atenção o fato de que apenas 1,2% das Instituições de Ensino Superior (IES) do Brasil tenham conseguido nota máxima, 5, no Índice Geral de Cursos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Em Goiás, apenas a Universidade Federal de Goiás (UFG) e o Instituto Federal de Educação (IFG) alcançaram nota 4. A Universidade Estadual de Goiás (UEG) obteve nota 2 em 2008 e 2009, média considerada insatisfatória pelo órgão federal.
O reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Luiz Antônio Arantes, afima que esse fato deve levar a UEG a revisar profundamente sua política para os cursos de graduação. “Isso quer dizer que o maior desafio para a instituição, nos próximos anos, está na qualificação continuada de seus cursos, uma vez que estes têm peso considerável no resultado do IGC.”
Ele destaca que a instituição tem uma caraceterística peculiar em relação a outras universidades brasileiras. “A UEG está entre as três universidades do País com o maior número de cursos que fizeram o Enade nos últimos anos. Este número, 146 ao todo, é o maior de graduações entre as IES”, afirma o reitor.
A pró-reitora de Graduação da UFG, Sandramara Matias Chaves, diz que não se pode fazer uma leitura linear dessa nota das instituições, embora seja uma avaliação que tem um papel importante no contexto da educação superior no País, mas com uma série de fatores que devem ser analisados nesse processo.
Segundo ela, a UFG trabalha em função de aperfeiçoar cada vez mais os processos de formação do estudante e isso está vinculado a todas as condições favoráveis que a instituição tem, como um excelente quadro de professores, técnicos administrativos e uma estrutura física e de laboratórios que é melhorada continuamente. “A UFG teve um incremento grande. Então, tudo isso faz com que a formação melhore cada vez mais, tanto no âmbito do ensino quanto da pesquisa.”