Reprovação cresce em Goiás
Aumentou o número de reprovações em Goiás, e as taxas cresceram no nível fundamental e ensino médio. Os estudantes reprovaram mais no primeiro ano do ensino médio. A reprovação cresceu quatro pontos para essa série de 2008 para 2010. Já no ensino fundamental, a maior taxa de reprovação ocorreu no sexto ano, antiga quinta série – 12,4% dos estudantes não passaram nessa série.
De acordo com a Sinopse Estatística da Educação Básica de 2009, atualizada em dezembro de 2010, no Estado a taxa de reprovação aumentou, com destaque para o Ensino Médio, que atingiu 13,3 – crescimento de 4,2% com relação à taxa de 2008. Já no Ensino Fundamental o número de estudantes que reprovaram cresceu 2,4%. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), também foi observado um aumento em nível nacional.
O sexto ano do nível fundamental e o primeiro do médio são as fases que concentram as maiores taxas. A transição e o processo de adaptar à nova rotina e ao formato das novas matérias escolares são algumas justificativas dadas pelos educadores para explicar esse resultado nessas fases consideradas de transição.
“A reprovação se concentra na passagem de um nível para o outro”, aponta a professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), Geovana Reis.
“Os estudantes também estão em um momento de passagem, da fase de criança para a pré-adolescência e dessa fase para a adolescência.” De acordo com a professora, os conflitos pessoais também dificultam adaptação dos estudantes. “Do quinto ano para o sexto, saem da condição de criança, deixam de ser acompanhados apenas por uma professora e as matérias ficam mais complexas”, explica.
Ensino Médio
Já no Ensino Médio, o grande número de alunos que reprovam no primeiro ano podem não ter se adaptado à entrada de novas disciplinas, que possuem conteúdo mais específico e mais complexo do que os do Ensino Fundamental, na opinião de Geovana Reis. Nessa série, a estatística apresentada pelo Inep indica taxa de reprovação de 20,3 na rede estadual e 10,3 na rede privada de Goiás. “Os alunos também estão entrando no Ensino Médio mais jovens, com um grau de maturidade menor, o que dificulta mais.”
Em Goiás, o número de matrículas cresceu 0,85% no Ensino Fundamental, de 2008 para 2010, de acordo com o Inep. Esse resultado também interfere no número de alunos com reprovação, segundo a professora da UFG. O nível fundamental de ensino recebe um número maior de estudantes com condições de entrar no Ensino Médio. “Há uma dificuldade de se lidar com um público mais diverso na escola.”
Outro ponto levantado por Geovana Reis, para explicar o aumento da taxa de reprovação, é a forma de avaliar os conhecimentos dos estudantes. “As práticas de avaliação não conseguiram acompanhar as mudanças da sociedade, elas remontam ao início do século 20.” Para ela, o aumento serve como alerta para a educação levando em consideração os resultados obtidos em outros países. (Katherine Alexandria, estagiária da UFG)