Poesia de MT festeja dois livros novos

 

Poesia de MT festeja dois livros novos

Marta e Antônio possuem estilos diferentes, mas comungam na extrema dedicação ao verso e na inquietude na busca de novas formas de expressão

Da Redação

Marta Helena Cocco e Antônio Carlos Lima (Toninho), poetas radicados em Cuiabá, lançam dois novos livros. A noite de autógrafos, com show musical (participação especial de Pio e Helen Toledo), performances e leitura de poemas, acontecerá no salão social do Sesc Arsenal, dia 22 de novembro, terça-feira.

Marta e Antônio possuem estilos diferentes. Em comum, além de extrema dedicação à poesia, têm a inquietude na busca de novas formas para exprimir os seus universos; transformar em versos os dramas do mundo, bem como o amor, a beleza, a fé e seus mitos... Em “Sábado ou Cantos para um dia só”, pela primeira vez, após diversas obras publicadas, a autora faz um poema extenso e intenso, narrado na primeira pessoa, distribuindo em trinta “cantos”, paraísos e infernos de um sábado (ou sabat?). Toninho, também traz inovações em seu trabalho. Em “A! pô! cá! Ali! Psiu!”, utiliza formas clássicas como os haicais que, unidos, transformam-se em seus “raí caipiras”. O poeta que é, também, compositor musical, trata com bom humor e melodicamente as questões místicas, míticas e sócio-ambientais, além de cantar as venturas e desvarios do amor no século vinte e um. Sem a dita dura / o amor mais puro / também tortura... Marta, por sua vez, aborda tais temas mais sutilmente e com a delicadeza de uma dama culta que, às vezes, é obrigada a lutar contra germes, demônios e combater a santa ignorância. (...muitos ainda creem / que o perigo está no que esconde / uma folha de parreira.)

Além disso, há que se assinalar o que, segundo os próprios autores, não passou de uma feliz coincidência: Sábado remete ao último dia da criação e Apocalipsiu remete ao fim dos tempos. Criação e Destruição, forças de Eros e Tanatos, compõem não só o título como os textos de ambos os livros e acabaram por formar um conjunto poético.

Os dois títulos são edições da Carlini & Caniato Editorial que, no dia e local do evento, fará um preço especial. Quem comprar um, ganhará o outro. Assim, os dois serão lidos na mesma proporção.

MARTA

Marta nasceu em 1966, em uma colônia de italianos, hoje município de Pinhal Grande-RS (na época pertencia a Júlio de Castilhos). Em Santa Maria-RS, graduou-se em Letras (1987) e Zootecnia (1991). Veio para Mato Grosso em 1992.

Mestre em Estudos da Linguagem (UFMT) e doutoranda em Letras e Linguística (UFG), é professora de literaturas da língua portuguesa na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

Publicou os livros de poesia Divisas (1991), Partido (1997), Meios (2001 – Prêmio Mato Grosso Ação Cultural) e Sete Dias (2007), e também O ensino da literatura produzida em Mato Grosso: regionalismo e identidades (2006) e, com Rosana Rodrigues, organizou a antologia poética Nossas vozes, nosso chão (2011).

TONINHO

Antônio Carlos Fernandes Lima é conhecido no meio artístico como Toninho. Nasceu em Terra Boa-PR. Veio para o Mato Grosso em 1968, quando o estado ainda não havia sido dividido. Para Cuiabá veio em 1971. Foi um dos primeiros publicitários do estado, cursou engenharia civil na UFMT onde se envolveu intensamente com atividades culturais. Venceu o festival universitário de música em 1977. Muitas de suas composições integram CDs de artistas do estado, com destaque para a participação no CD Grutas Permitidas do maestro e professor Roberto Vitório, vencedor do prêmio UNESCO de Música Contemporânea. Até hoje seus livros foram publicados em formatos não convencionais e ilustrados por ele mesmo. O primeiro, Pé no céu que a terra pirou, foi publicado em 1982 em forma de envelope. Depois vieram as famosas caixinhas de fósforo: Sakofonia (juntamente com Luiz Renato em 1986); Chama Viva (1992); Caixa 02 (1996) e Poesia Encaixada (2002). Em 2006 lançou Língua de fogo, um livro de bolso com papel reciclado e, também nesse formato, publicou anteriormente (1988) Torre de Bordel, uma prosa poética.

Toninho foi um dos fundadores do grupo musical performático Caximir, juntamente com Eduardo Ferreira, Antonio Sodré, Luiz Renato, André Balbino, Amauri Lobo e Luis Antonio Capilé. Na segunda fase do grupo participaram Rose Tequila, Ana Amelia e Fernanda Marimon.

No meio audiovisual, Toninho foi um dos pioneiros na produção de vídeos. Na TV Centro América roteirizou e dirigiu vários documentários e, no início deste ano, foi um dos poetas participantes do documentário sobre Dom Pedro Casaldáliga realizado pela Unemat e TV AL.

Escreveu e dirigiu, juntamente com Luiz Renato e Eduardo Ferreira, a peça teatral Final do Juízo apresentada em Cuiabá e no Rio de Janeiro pelo grupo Acéfalos. Por conta dessa versatilidade Toninho é conhecido como poeta multimídia. (com assessoria)