Folha consome 87% do orçamento da UFMS; pesquisa só tem 0,28%
Com orçamento anual de R$ 317 milhões, dos quais 87% são destinados à folha de pagamento de servidores e professores e 12% para custeio, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) investe atualmente apenas 0,28% de seus recursos em pesquisa, o equivalente a R$ 900 mil, suficientes para financiar ou dar suporte a 848 projetos, de um total de 916 que estão em andamento na instituição.
Os dados lançam luz sobre a carência crônica de recursos em uma área que naturalmente deveria ser prioritária em qualquer instituição de ensino pública voltada para a produção de conhecimento científico, como é o caso da UFMS.
O problema não é exclusivo da maior e mais antiga instituição pública de ensino superior de Mato Grosso do Sul, conforme apurou o Jornal Correio do Estado em outras três universidades federais da Região Centro-Oeste.
Em duas delas — a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o orçamento disponível para o setor não passa de 0,5%, porém o número de projetos em andamento chega a ser o triplo do registrado aqui. “A maioria dos nossos projetos de pesquisa sobrevive com convênios. Dos 1.700 projetos de pesquisa em andamento atualmente, estimamos que de 60% a 70% deles tiveram captação de recursos (externos), que somam R$ 35 milhões”, disse o pró-reitor de Pesquisa da UFMT, professor Adnauer Tarquinho Daltro.
Na UFMS, 168 projetos recebem financiamento externo de entidades como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenanção de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect). O valor não foi informado pela UFMS.
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