Laudo sobre o Goiânia 2 fica pronto em 15 dias
O Ministério Público (MP) estadual espera apresentar num prazo máximo de 15 dias um parecer definitivo sobre a situação da área do Setor Goiânia 2, na confluência do Rio Meia Ponte e Ribeirão João Leite, onde o grupo Brookfield Incorporações S/A está construindo um empreendimento imobiliário. Na manhã de ontem, atendendo pedido da promotora de Justiça da área de meio ambiente, Marta Moriya Loyola, técnicos do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), da Secretaria de Planejamento do Município (Seplam), da Universidade Federal de Goiás e do próprio MP fizeram uma vistoria no local. A visita contou ainda com a presença dos vereadores Agenor Mariano e Misair Lemes, ambos do PMDB.
"Os peritos do MP, da área de edificações e da área ambiental, farão um estudo preliminar sobre o que viram no terreno. Já os técnicos da Seplam, Amma, UFG e Crea vão emitir um laudo conjunto no máximo em duas semanas", explicou Marta Moriya. Segundo ela, este laudo será decisivo para uma ação definitiva em relação à área. Na semana passada, junto com sua colega Gerusa Fávero Girardelli, a promotora de Justiça propôs ação cautelar contra a Brookfield pedindo a imediata paralisação das obras de torres de edifícios que estão sendo erguidas no Goiânia 2.
Ontem, Marta Moriya voltou a afirmar que o empreendimento, que já passou da fase de fundação, não possui licenciamento ambiental. Segundo o MP, a Amma foi comunicada de forma reiterada para que fizesse vistoria no local.
Durante a visita, Marta Moriya ficou impressionada com as medidas adotadas pela incorporadora para provocar o esgotamento da lagoa do terreno. Um gabião foi construído na margem do Ribeirão João Leite visando facilitar o direcionamento da água.
Professora da UFG, Celene Monteiro também ficou surpresa. "Por isso a importância de uma visita de campo e um estudo técnico conjunto. O esgotamento da lagoa é preocupante. Este loteamento foi aprovado na década de 70. A legislação da época deve ser adequada aos tempos de hoje", disse.