Mutirama deve ganhar nova area
Mutirama deve ganhar nova área
Projeto que será apresentado hoje prevê teleférico, que percorrerá 450 metros, e montanha russa com 15 metros
Carla de Oliveira
Quando estiver pronto, o novo Parque Mutirama terá uma área cinco vezes maior do que a atual. Aos 95 mil metros quadrados existentes, serão acrescidos outros 390 mil metros quadrados, que correspondem a área do Bosque Botafogo, que será interligada ao parque com a construção de uma trincheira, por onde será desviada a Avenida Araguaia, e de uma passarela sobre a Marginal Botafogo, ligando as áreas verdes do Centro e da Vila Nova. As obras de ampliação e reconstrução do Mutirama serão lançadas hoje, às 10 horas, pelo prefeito Paulo Garcia e pelo ministro do Turismo, Pedro Novais.
Do Ministério do Turismo é de onde sairá a maior parte do recurso destinado à obra, em torno de R$ 60 milhões. A primeira parte da obra, cuja conclusão deve ocorrer até o final de 2011, será a construção da trincheira por onde passará a nova Avenida Araguaia.
Fechado desde fevereiro deste ano, o parque só deve reabrir em um ano, período previsto para conclusão da obra. Secretário municipal de Esporte e Lazer, Luiz Carlos Orro faz coro ao prefeito e afirma que o Mutirama será o maior e melhor parque do País. O parque terá mais de 30 atrações, afirma o secretário. Serão brinquedos eletrônicos e eletromecânicos modernos, a exemplo dos existentes nos principais parques particulares do Brasil, que serão instalados na mesma área onde hoje estão os antigos.
Entre as atrações que prometem atrair 18 mil pessoas diariamente (capacidade de atendimento após a reforma) está um teleférico, com 450 metros de extensão, que fará a travessia ida e volta entre a área de brinquedos e a área verde; uma montanha russa com 15 metros de altura, brinquedos aquáticos e o novo trenzinho, que na verdade serão dois e terá o número de plataformas ampliado para quatro. Luiz Carlos Orro assinala que o trenzinho é o brinquedo em que mais se forma fila no parque. Outra preocupação, diz, é a garantia do acesso à população de baixa renda, uma determinação do prefeito Paulo Garcia, segundo o secretário.
O parque de areia, onde estão instalados os brinquedos gratuitos, mudará de lugar, para a área do Bosque Botafogo que hoje fica do outro lado da Avenida Araguaia. Novos e mais brinquedos, com áreas para lazer familiar (quiosques com mesas, bancos e áreas sombreadas), farão parte do local.
O novo Mutirama terá ampliado o espaço destinado ao esporte. Pistas de caminhada, bicicross, skate e ciclismo, campo de futebol, quadras de esportes, academia ao ar livre, campo de mini-golfe e circuito de arvorismo e esportes radicais, com tirolesa entre outros, também estão previstos no projeto.
Áreas de alimentação e quatro estações de banheiros, incluindo banheiros adaptados para pessoas com deficiência, e banheiros familiares, onde as crianças podem entrar acompanhadas dos pais, também estão no projeto.
A acessibilidade plena, segundo Luiz Carlos Orro, será observada em todo o projeto, inclusive nos brinquedos. O parque terá piso padronizado, com eliminação de degraus e outros obstáculos que possam dificultar o acesso a pessoas com locomoção reduzida.
Outra novidade, acrescenta, será a busca por brinquedos inclusivos, que permitam ao cadeirante, por exemplo, brincar sem necessidade de ser carregado, entrando com sua própria cadeira.
Em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), será construído um Museu da Ciência, anexo ao Planetário, que será o primeiro do Estado, segundo o titular da Semel, Luiz Carlos Orro.
Em entrevista ao POPULAR, na última semana, o prefeito Paulo Garcia afirmou que a decisão de iniciar a obra, que teve o cancelamento anunciado por duas vezes, foi tomada com base em relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que considerou regular o processo licitatório. Os cerca de R$ 60 milhões já disponibilizados pelo Ministério do Turismo referem-se a três convênios. Se não der início a uso do dinheiro até 30 de abril, a Prefeitura deverá devolvê-lo aos cofres federais, conforme previsto em decreto presidencial.
O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito civil público, após representação feita pelo vereador Elias Vaz (Psol), para investigar a licitação para execução do projeto, que contou com apenas um participante e chegou a sugerir uma nova consulta ao TCU para esclarecer dúvidas apresentadas em parecer técnico, elaborado pelo perito Fernando Nato de Souza Machado, analista em Engenharia Civil, por solicitação do procurador da República, Marcello Santiago Wolff, que atua no caso.
O parecer questiona os critérios de qualificação técnica exigidos para execução da obra, a não separação dos processos licitatórios, por se tratar de três convênios diferentes, e não atendimento a princípios de economicidade.