Licenciaturas na berlinda
Licenciaturas na berlinda
As críticas à formação inicial dos professores não são novas. São inúmeros os desafios, avalia a vice-diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), Maria Margarida Machado. “Temos dificuldade em conseguir jovens que queiram ser professores, que se identifiquem com a profissão. E fora esse aspecto, ligado ao aluno, há ainda muitas outras questões”.
Margarida conta que os cursos de licenciatura, hoje, têm necessidade de dialogar com o cenário com o qual os alunos irão lidar. “Muitas vezes nós trabalhamos a concepção teórico-metodológica e o chão da escola traz outros desafios”, considera.
Ela ainda aponta que há uma distância entre a universidade e a escola de Educação Básica, o que dificulta o trabalho de formação. O assunto estará novamente em debate entre os dias 28 e 30 de novembro, durante o 2º Encontro Nacional de Licenciaturas e o 1º Seminário Nacional do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência).
E há, sim, muito ainda a falar sobre isso. Em outubro, o caderno Escola trouxe uma reportagem sobre o problema. Na ocasião, as pesquisadoras ouvidas foram unânimes: sobra teoria e falta prática nos cursos que formam professores.
Políticas educacionais
Coordenadora da Associação Parceiros da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro falava sobre a importância de se repensar os cursos, pela importância da formação inicial. Na mesma direção, argumentava a diretora do Instituto Singularidades, que forma professores em São Paulo, Gisela Wajskop.
Para ela, o necessário seria repensar os currículos, associando um ensino mais prático aos cursos de formação. Mas não é só a prática que resolve. “A questão da prática distanciada da teoria não funciona. É a teoria que faz avançar a prática”, indica Margarida.
O buraco, na verdade, é mais embaixo. Pró-reitora de graduação da UFG, Sandramara Matias Chaves defende que ser preciso rever as políticas públicas voltadas para a Educação e para a categoria de professores. E dois eventos desta semana têm justamente o objetivo de discuti-las.
“Queremos envolver professores e estudantes das licenciaturas para discutirmos políticas, currículos e práticas de formação de professores”, ressalta Sandramara. Segundo ela, ao final do encontro, será produzido um documento com o resultado das discussões que será enviado ao Ministério da Educação (MEC).
A intenção é contribuir ou intervir nas políticas relacionadas à formação de professores no país. “Queremos convidar professores e/ou pesquisadores da área para essa discussão, para que deem o ponto de vista de quem pesquisa e atua nessa formação”.
Saiba mais...
Confira os horários das principais discussões:
Dia 28
* 9h30 – Mesa Redonda - Os Desafios da Formação de Professores para a Educação Básica - Centro de Eventos da UFG
* 14h30 – Conferência - As Licenciaturas no Contexto das Políticas Educacionais - Centro de Eventos UFG
Dia 29
* 8h30 – Mesa Redonda - As Contribuições do PIBID para a Formação de Professores - Centro de Eventos UFG
* 8h30 – Mesa Redonda - Plano Nacional de Educação e a Formação de Professores - Biblioteca Central
Dia 30
* 8h30 – Mesa Redonda – A Formação de Professores e os Desafios para o Estágio - Centro de Eventos UFG
* 8h30 – Mesa Redonda - Licenciaturas Interdisciplinares - Biblioteca Central
Outras informações pelo telefone (62) 3521-1795 ou
pelo e-mail licenpibid@prograd.ufg.br. Confira toda a programação no site www.ufg.br.