[UFG] Leilões movimentam R$ 7 milhões na Pecuária (Diário da Manhã, 23/05/11)
Leilões movimentam R$ 7 milhões na Pecuária
Segunda etapa do circuito de animais começa amanhã. Goiás se destaca com 9 bovinos entre 20 premiados. Evento recebe 400 mil visitantes em uma semana
Gabriela Guerreiro
Da editoria de economia
A primeira etapa do circuito de leilões da 66ª Exposição Agropecuária do Estado de Goiás teve saldo positivo, com a realização de negócios que movimentaram R$ 7 milhões. Os animais julgados e comercializados, das raças nelore e tabapuã (bovinos), e mangalarga marchador e mangalarga paulista (equinos), deixaram o Parque Agropecuário Dr. Pedro Ludovico Teixeira no domingo, 22. Eles serão substituídos, com o início da segunda etapa, amanhã, por mais um grupo de premiados exemplares das raças gir, holandês, guzerá e mrahma (bovinos) e quarto-de-milha, apalloosa e paint horse (equinos).
Segundo o presidente da Comissão de Animais da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Fábio Porto, a partir dos índices alcançados nos julgamentos de pista realizados no evento, os animais agregam valor e recebem melhores ofertas nos leilões, com até 20% de acréscimo no arremate.
Além disso, ele afirma que a qualidade do rebanho é revelada por meio do julgamento das características genéticas de cada raça e alguns animais premiados chegam a ser fornecedores dos bancos de reprodução comerciais por todo o País, além dos rebanhos de elite. Por isso, um dos quesitos de avaliação dos jurados é a capacidade reprodutiva.
Goiás destacou-se entre os reprodutores da raça nelore este ano, com a vitória de um touro de Senador Canedo, chamado Branco do Colibri, na categoria Touro Senior. O campeão reservado (vice-campeão) foi Merkus do Colorado, de Uberaba, Minas Gerais. Entre as melhores matrizes da raça estão a primeira colocada Bara I JWW, de Cordeiro, no Rio de Janeiro, e a primeira colocada reservada, Deka Santa Cruz, de Marabá, Pará. Entre os 20 campeões e campeões reservados, distribuídos nas dez categorias dos julgamentos, nove são exemplares vindos de fazendas do interior do Estado.
Público
Na primeira semana de exposição, 400 mil pessoas já visitaram o evento e entre elas estão os maiores criadores dos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Goiás. Nesta edição, os interessados em arrematar animais poderão contar com uma linha de crédito de R$ 60 milhões firmada com o Banco do Brasil que subsidiará os negócios feitos nos leilões de gado, permitindo ao produtor rural, cliente do banco, financiar suas aquisições com taxa de juros de 6,65% fixa ao ano. Além disso, o comprador poderá financiar até R$ 200 mil para pagar entre dois e cinco anos. Os leilões serão realizados até o dia 29 de maio, e prometem movimentar R$ 20 milhões em negócios, R$ 5 milhões a mais do que foi arrecadado no ano passado, de acordo com a organização do evento.
Exposição resgata manejo do tradicional curraleiro
Além das exposições e dos leilões, o evento deste ano pretende abrir discussões para a melhoria da produção rural do País. Conciliando gastronomia, história e economia, entre as atividades voltadas para esse objetivo, será promovido, hoje, o II Seminário sobre Gado Curraleiro e Identificação Geográfica, com o intuito de resgatar a raça que está em extinção. O evento é realizado pelo Restaurante Culinária Cultural, na Alameda Agrocultural, em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG).
O gado curraleiro, de origem europeia, é uma das raças mais antigas do Brasil. De porte menor, sua criação demanda mais investimentos, mas a carne é considerada muito saborosa, apresentando grande valor gastronômico. Além disso, pela sua resistência, é visto como um tesouro genético. A criação deste tipo de gado foi preservada em Goiás pelos calungas, segundo pesquisa da professora Maria Clorinda, da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG.
O encontro será realizado no Auditório Augusto Gontijo, no Parque de Exposições Agropecuárias de Goiás, das 9hs às 12h30. A partir desse horário, o chef Humberto Marra prepara almoço com vários pratos com gado curraleiro, como kafta e almôndegas. A refeição é aberta ao público, ao preço de R$ 39,90 o quilo.