[UFG] Música e lirismo em cena (Diário da Manhã, 23/05/11)

Música e lirismo em cena

Goiânia Ópera Festival chega à 2ª edição, com apresentação de peças montadas por artistas e orquestras goianas e também promove debates, aulas e sobre o gênero musical

Suindara Alexandre
DA EDITORIA DO DMREVISTA

Começa hoje a segunda edição do Goiânia Ópera Festival. O evento é realizado nos principais teatros da capital e sua programação se estende até a próxima terça-feira, dia 31. Todos os eventos têm entrada gratuita. O objetivo é continuar as atividades iniciadas na primeira edição do festival, que ocorreu em junho de 2008. Os espetáculos divulgam e difundem a ópera e o canto lírico e também os artistas, músicos, cantores e atores que atuam neste segmento em Goiás.
“É notório, no meio musical erudito, que Goiânia é um celeiro de belas vozes e reconhecida como centro de excelência na formação de cantores líricos, porém, grande parte da população desconhece este fato”, afirma a professora Flávia Maria Cruvinel, coordenadora do festival, que também é coordenadora de cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás (UFG), realizadora deste evento pioneiro.
O festival conta com recursos da Lei Goyazes da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel). Além de apresentar os principais cantores de Goiânia, o evento congrega todas as orquestras ativas na cidade. A Orquestra Acadêmica Jean Douliez, da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG (Emac), é regida pelo maestro Carlos Costa, a Orquestra Goyazes, da Agepel, e a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás, do Centro de Educação Profissional em Artes Basileu França (CEPABF), da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Goiás (Sectec) têm como maestro Eliseu Ferreira, e a Orquestra Sinfônica de Goiânia, da Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia (SeCult), tem à sua frente o maestro Joaquim Jayme.

Peças e debates
A programação do festival abre com a comédia musical mágica portuguesa em três atos A loteria do Diabo, montada pelos alunos e professores da Emac da UFG e apresentada no Teatro do Sesi. Neste mesmo palco são apresentadas a Noite das árias com solistas e a Orquestra de Goyazes, na quinta-feira, e a Manhã lírica no domingo, com cantores solistas e a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás.
No Centro Cultural UFG, no Setor Universitário, o tenor cearense radicado em Brasília André Vital apresenta seu recital na noite de sexta-feira. O centro cultural também abriga a parte acadêmica do festival. O fórum sobre a preparação corporal e vocal para óperas acontece na tarde de quarta-feira e, na tarde de sexta-feira, é a vez do segundo fórum sobre os elementos de produção de espetáculos operísticos.
A manhã de sábado abre com uma palestra sobre a ópera em Goiás, ministrada pela professora Edmar Ferretti. Enquanto professora do antigo Instituto de Artes (IA) da UFG nos anos 1980, ela foi responsável pela primeira montagem de um espetáculo operístico em Goiânia. Atualmente Edmar é professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Após a palestra, André Vital conduz uma master class.

Ópera famosa
Finalizando a programação do festival, no Teatro Madre Esperança Garrido, é encenada a ópera Madame Butterfly. A execução é da Orquestra Sinfônica de Goiânia e, nos papéis principais estão Patrícia Mello (Butterfly), Michel Silveira (Pinkerton), Célia Ricardo (Suzuki), Paulo Rowlands (Sharpless) e Hélenes Lopes (Goro).
Esta obra é uma ópera em três atos (originalmente em dois atos) de Giacomo Puccini, com libreto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, é baseada no drama de David Belasco, o qual por sua vez se baseia numa história escrita pelo advogado americano John Luther Long. Ela estreou no teatro Scala de Milão a 17 de fevereiro de 1904. As inúmeras adaptações da ópera incluem uma versão para a Brodway e um longa-metragem com Jeremy Irons, M. Butterfly, que foi produzido em 1993.