Servidores da UFG decidem entrar em greve

Servidores da UFG decidem entrar em greve

Trabalhadores técnico-administrativos da Universidade Federal de Goiás (UFG) entraram em greve na tarde de ontem. O quadro que deixa de exercer suas funções nos órgãos e unidades da UFG abrange cerca de 2,8 mil funcionários, incluindo o Hospital das Clínicas (HC) e as áreas do interior. A intenção do movimento é que o governo atenda às reivindicações propostas pela classe, que paralisa as atividades por tempo indeterminado.
A classe mobilizada exige reajuste salarial, extensão da jornada de trabalho para 30 horas semanais, não implantação do ponto eletrônico no HC, aprimoramento na carreira, melhorias nos serviços de saúde destinados aos trabalhadores e cumprimento de mandado de injunção para aposentadoria especial. A deflagração da greve ocorreu no Centro de Eventos da UFG na manhã de ontem, durante assembleia da categoria promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás – SINT-IFESgo.
Na manhã de hoje, o comando da greve começará a percorrer os órgãos da universidade que ainda não aderiram ao movimento para mobilizá-los a participar da greve. O coordenador-geral do sindicato, João Pires Júnior, informou que os locais serão fechados e o funcionamento ficará interrompido até que as medidas sejam atendidas. João Pires acrescentou ainda que as unidades do interior sofrerão a mesma intervenção. Na segunda-feira (13), o comando se deslocará até o campus de Jataí e na quarta-feira (15), a equipe segue para Catalão. Na Cidade de Goiás, o coordenador conta que o acordo ocorreu durante reunião com o sindicato na tarde de ontem.
Segundo João Pires, o SINT-IFESgo já vem dialogando com o governo para negociar as reivindicações, mas nenhuma proposta foi apresentada. “Vamos paralisar as atividades o quanto antes até recebermos uma contraproposta do governo que contemple os interesses do movimento”, afirma. O coordenador do sindicato informou que, após a assembleia realizada ontem, alguns órgãos da universidade deixaram de funcionar. Como exemplo, ele cita o Centro de Gestão Acadêmica (CGA), onde trabalham mais de 30 funcionários, a gráfica da UFG, a Faculdade de Educação Física, Artes Visuais e a Biblioteca Central.
O corpo docente continuará exercendo suas funções e, por isso, os alunos da instituição não ficarão sem aula. Entretanto, João Pires destacou que as aulas laboratoriais e todas que dependam da preparação de trabalhadores técnico-administrativos serão prejudicadas.

Hc
A paralisação das atividades no Hospital das Clínicas da UFG, no Instituto de Patologia Tropical de Saúde Pública, na Faculdade de Farmácia e de Odontologia, no Hospital Veterinário e em outros setores que realizam atendimentos ainda será discutida. João Pires explicou que as atividades de cada órgão serão interrompidas individualmente, de acordo com a necessidade. “Ainda vamos, por exemplo, definir qual o melhor momento para paralisação do HC, que lida com vidas”, informa. O coordenador do sindicato apontou algumas hipóteses para a situação do HC. Ele sugere que os pacientes em internação sejam transferidos para outras unidades de saúde capazes de dar continuidade ao tratamento e que os leitos hospitalares deixem de ser utilizados na medida em que forem sendo desocupados.
A última greve deflagrada pela universidade ocorreu em 2007 e durou 103 dias. João Pires disse que as propostas reivindicadas foram parcialmente atendidas e informou que a greve atual também acontece em decorrência da última. Das medidas que o governo deixou de atender, ele destaca o investimento no aprimoramento da carreira pública.