[UFG] Bienal debaterá as potencialidades do Brasil Central para a agroenergia (Portal Agronotícias, 01/08/11)

 

Bienal debaterá as potencialidades do Brasil Central para a agroenergia
01 de agosto de 2011 - 16:45h
Autor: Assessoria

Sediada em Goiânia, Bienal dos Negócios da Agricultura do Brasil Central reunirá produtores, pesquisadores e lideranças empresariais. Finalidade é discutir, entre outros assuntos, a emergência de novos modelos para o desenvolvimento do setor

Realizada pela primeira vez em Goiás, a Bienal dos Negócios da Agricultura do Brasil Central trará para mesa de discussões um tema latente para o desenvolvimento da região Centro-Oeste e do Brasil: a produção e o uso da agroenergia. O assunto será abordado pelo pesquisador da Embrapa Décio Gazzoni no dia 12 de agosto, às 10 horas, durante o painel Campos do Futuro: o que está por vir.

As atividades da Bienal serão realizadas nos dias 11 e 12 de agosto, no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Goiás (UFG) e devem reunir 800 participantes, entre produtores rurais, técnicos agrícolas, pesquisadores, lideranças empresariais, fornecedores e distribuidores das cadeias produtivas do agronegócio.

Painelista

Ex-presidente da Conferência Nacional de Agroenergia, realizada no Paraná em 2006, Décio Gazzoni é um dos mais conceituados pesquisadores na área de energias renováveis. Ele diz que o Centro-Oeste brasileiro é, na atualidade, a região preferencial de expansão do grande pólo de produção de agroenergia, com centro em São Paulo e ramificações pelos estados circunvizinhos.

"O Mato Grosso do Sul e o sul de Goiás têm aproveitado muito bem as oportunidades. Mas por ser um negócio novo, os ciclos de oscilação de custos e de demanda ainda vão perdurar até que se estabeleça definitivamente a agroenergia como um negócio comoditizado e menos sujeito às variações circunstanciais", explica.

Gazzoni acrescenta que o Brasil Central apresenta um forte potencial para esse tipo de energia, porque dispõe de grandes áreas, possui o setor empresarial capacitado, está próximo dos centros consumidores e dos dutos de escoamento.

Panorama mundial

O Brasil é, na atualidade, exemplo mundial de sucesso do uso da agroenergia em função do programa de etanol combustível criado pelo Governo Federal. Gazzoni exemplifica que o consumo de etanol no segmento de veículos leves é, em termos volumétricos, superior ao da gasolina entre os brasileiros.

"Os Estados Unidos são o maior produtor mundial de etanol, mas esse mercado é suportado por polpudos subsídios ao longo de toda a cadeia produtiva. O mercado de biodiesel americano também está se expandindo, embora na dependência de subsídios governamentais porque o país, diferentemente do Brasil, não consegue operar com custos baixos", compara. Quanto à Europa, Gazzoni diz que há programas agressivos de biodiesel baseados no uso de canola e liderados pela Alemanha e França, além do etanol de grãos (trigo, milho, cevada) ou beterraba.

Na visão do pesquisador, o sucesso da agroenergia em âmbito nacional está fundamento em três políticas públicas: adição de etanol anidro à gasolina, o que garante aproximadamente um quarto do mercado de combustíveis para veículos leves reservado ao etanol anidro o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, que impulsionou o uso da bioeletricidade gerada nas usinas de cana na rede interligada e o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, responsável por reservar, para o biodiesel, 5% do mercado de combustíveis voltados aos serviços pesados.

Futuro de crescimento

Segundo Gazzoni, a agroenergia crescerá muito nos próximos anos, inclusive com índices acima dos reservados a outros setores do agronegócio. "Estimo crescimentos anuais médios de 6 a 8% para o setor e o grande responsável será o mercado interno, movido por preços mais baixos dos combustíveis, pelas políticas públicas e pela pressão ambiental da sociedade", diz. Ele acredita que esse crescimento também chegará ao setor de bioeletricidade, tanto por cogeração nas usinas de cana, quanto por termoelétricas movidas a biomassa, em especial florestal e de gramíneas, ocupando um espaço importante na geração de energia elétrica.

Institucional

A Bienal dos Negócios da Agricultura do Brasil Central é uma realização das federações da agricultura de Goiás, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Mato Grosso, que são entidades representativas do produtor rural. As federações agrupam serviços de aprendizagem e sindicatos e fazem parte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que atua no âmbito político nacional e tem representantes nos 26 estados e no Distrito Federal.

Em Goiás, a Faeg é mantida por 60 mil produtores. Entre suas principais incumbências estão o fortalecimento da atividade rural e a busca por um cenário mais desenvolvido, competente e competitivo.

Ficha Técnica

Bienal dos Negócios da Agricultura do Brasil Central
Promoção: Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg)
Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul)
Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso (Famato)
Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal (Fape-DF)
Período: 11 e 12 de agosto de 2011
Horário: Abertura (11 de agosto – 19h30) Painéis (12 de agosto – 8h30)
Local: Centro de Cultura e Eventos da UFG (Campus Samambaia)