[UFG- Fonte] Em Goiânia, dados seriam diferentes (O Popular, 18 de agosto de 2011)
Em Goiânia, dados seriam diferentes
(M. A.) 18 de agosto de 2011 (quinta-feira)
A professora do curso de Arquitetura e Urbanismos da Universidade Federal de Goiás (UFG) Érika Kneib, doutora em Transportes, estranhou a pesquisa CNI/Ibope porque os dados não bateriam com o atual contexto goianiense.
Ela citou a pesquisa Origem-Destino, que aponta que 36% se locomovem por carro e moto em Goiânia, contra 30% de usuários do transporte público, 26% à pé e 6% utilizam bicicleta. A pesquisa é de 2000 mas, segundo a especialista, é a mais recente com dados regionais, utilizada inclusive pelo Fórum de Mobilidade Urbana de Goiânia.
"Mesmo que a gente contradiga esses números, os resultados nos fazem perguntar se estamos investindo no modelo certo", reflete. Ela cita que em 1980 a população de Goiânia era de 880 mil habitantes. Em 2010, esse número saltou para 2,1 milhões, um crescimento de 180% da população que não foi acompanhado pelo aumento do número de passageiros do transporte coletivo: 26% no período. "As pessoas se locomovem mais, mas cada vez menos com o transporte coletivo", aponta.
Menor
Os números são confirmados pelo consórcio da Rede Metropolitana do Transporte Coletivo (RMTC): a demanda do transporte coletivo, que em 1998 era de 20 milhões de pessoas transportadas por mês, hoje é de 17 milhões de passageiros/mês. Érika traz números do Fórum de Mobilidade: em 10 anos, a frota de automóveis cresceu 61%, de motocicletas 120% e a população aumentou em 19%, apenas em Goiânia.
Na Região Metropolitana de Goiânia, os números sofrem acréscimo: o aumento de carros foi de 79%, de motos 170% e a população cresceu 25%. "É um modo insustentável de mobilidade", diz Kneib.