Os vencedores são...
A partir desta semana, a Tribuna do Planalto cruza o Estado de Norte a Sul para a entrega dos prêmios, medalhas e certificados do 8º Concurso de Redação Goiás na Ponta do Lápis
Mariana Vaz
Novamente o grande dia chegou! Depois de muita expectativa, alunos e professores das redes pública e privada de todo o Estado saberão quem são os autores dos melhores textos do 8º Concurso de Redação Goiás na Ponta do Lápis, promovido pelo jornal Tribuna do Planalto.
A festa de premiação começará nesta segunda-feira, 12, pelos municípios de São Miguel do Araguaia e Porangatu. Na terça, 13, segue para Minaçu, Palmeiras e Uruaçu. Na quarta, 14, será a vez de Itapaci e Rubiataba. E na quinta, 15, Ceres e Goianésia.
Este ano a proposta da comissão organizadora do concurso foi lançar, dentro do universo educacional, uma reflexão sobre o uso e envolvimento dos estudantes com as drogas.
Em sua oitava edição, o Goiás na Ponta do Lápis conta com o apoio da Secretaria Estadual de Educação e seu objetivo geral é promover a cidadania a partir da discussão de temas que envolvam a realidade do cotidiano escolar.
A premiação regional é a primeira etapa do concurso. Nela são classificados dez estudantes por categoria. O primeiro lugar recebe bicicleta, medalha de Ouro e se classifica para a final, que será realizada em Goiânia no dia 8 de dezembro.
O segundo lugar de cada categoria ganha medalha de Bronze e os demais medalhas de Bronze. Todos também levam para casa um Certificado de Participação, inclusive os professores.
Esforço reconhecido
A subsecretária regional de São Miguel do Araguaia, onde terão início as premiações, Lilian Rodrigues Carvalho Cambuim, adianta que na região o clima já é de muita expectativa entre os alunos e professores.
“Convocamos os pais, as autoridades locais e uma turma de cada escola participante para comparecer ao evento. As redações desse ano ficaram ótimas e estão todos ansiosos não só pela premiação, mas pelo reconhecimento do bom trabalho”, destaca.
Lilian destaca que o tema adotado em 2011 é bastante atual e faz parte da vivência de vários jovens, o que aumentou a qualidade das redações. “Como é um assunto que os alunos conhecem bastante, eles ficaram interessados em escrever e surgiram bons argumentos nos textos”.
A professora Nercy Moreira Borges, do Colégio Estadual José Carrilho, em Goianésia, também elogiou a escolha do tema. Ela ressalta que o fato da Secretaria Estadual da Educação ter adotado o mesmo tema para ser trabalhado nas escolas durante o ano estimulou ainda mais a participação dos estudantes.
“Quando eles foram fazer as redações, já estavam preparados e o concurso serviu como um complemento ao trabalho realizado durante o primeiro semestre”, resume.
Eles conhecem as drogas
Professora de Português de três turmas do 6° ano do Ensino Fundamental, Nercy ressalta que os alunos fizeram pesquisas e mesas de discussão, sendo que muitos demostraram interesse em contar suas experiências, revelando muito mais conhecimento do assunto do que os próprios professores.
“Isso faz parte do dia a dia deles e é nosso papel tratar desse tema abertamente dentro da sala de aula. Por isso, a importância do concurso, que incentivou o diálogo sobre o assunto e, assim, promoveu uma boa discussão dentro da escola”, considera.
Em 2011, o tema do Goiás na Ponta do Lápis lançou aos alunos o desafio de refletir sobre a parcela de responsabilidade de cada um sobre o consumo de drogas, que, no fim das contas, é o que favorece o tráfico.
Ao estimular esse debate, o jornal Tribuna do Planalto contribuiu para que essa problemática ganhasse lugar de destaque não só no universo escolar, mas também dentro do ambiente familiar.
A professora Janaína Ricardo Rodrigues, que leciona Língua Portuuesa para turmas do Ensino Médio, concorda que a questão das drogas não pode ficar restrita à escola.
No Colégio Assunção, onde ela leciona e que fica no município de Itapaci, o concurso de redação já faz parte do calendário pedagógico da escola. Este ano, inclusive, o tema colaborou para a execução de um projeto sobre drogas que já vinha sendo planejado.
“Os alunos fizeram pesquisas, criamos rodas de discussões e descobrimos que eles sabiam mais do assunto do que nós”, avalia a professora.
Estímulo à escrita
Janaína ressalta que o Goiás na Ponta do Lápis auxilia também no incentivo à leitura e escrita, o que é importantíssimo para a formação educacional dos jovens.
“Com bons temas, o aluno fica motivado a trabalhar e acaba se empenhando mais na produção do texto. Alguns têm dificuldades na escrita, mas o concurso serve de estímulo para ele se empenhe mais para ser classificado”.
Responsável pelas escolas da rede estadual em oito municípios, a Subsecretaria Regional de Goianésia registra participação maciça este ano.
A subsecretária Lúcia Helena da Costa Rodrigues conta que apenas uma escola ficou de fora porque não conseguiu cumprir o prazo. “Todos aqui reconhecem a importância desse concurso e a nossa adesão é sempre grande”, completa.
Prevenção às drogas é tema atual, porém mal discutido
A iniciativa de tratar o tema das drogas na 8ª edição do Concurso de Redação Goiás na Ponta do Lápis surgiu em um momento em que toda a sociedade está alerta para a necessidade de combater o tráfico e prevenir o vício.
De acordo com a professora aposentada de Farmacologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Tânia Maria da Silva, é importante falar sobre as drogas de forma correta, sem cair no senso comum.
Tânia é coordenadora do Centro de Referência para Formação Permanente Sobre Drogas, que foi instalado em agosto deste ano e faz parte do Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack.
O Centro trabalha na prevenção, capacitando profissionais de saúde para atuar nas diversas esferas que envolvem a dependência química.
De acordo com ela, o consumo de drogas é um assunto “batido”, porém mal discutido. “As pessoas acham que sabem sobre o assunto, mas, na verdade, não sabem tratar o tema da forma correta. A questão só é tratada na superficialidade”, critica.
Para a coordenadora, no trabalho de prevenção, o dialógo é indispensável na ação do professor. “O educador precisa ser capacitado para falar abertamente sobre as drogas com seus alunos. Não existe uma formação específica sobre o assunto na graduação e isso precisa ser mudado”, sugere ela.
Sugestões de alunos
Tânia lembra que muitos educadores, por não se sentirem capacitados para fazer a correta abordagem do tema em sala de aula, acabam evitando o assunto.
E por isso iniciativas como o concurso de redação da Tribuna do Planalto surgem como bons incentivos para estimular o debate entre professor e aluno.
Janaína Ricardo, professora do Colégio Assunção, em Itapaci, confirma que foi grande a surpresa dos educadores ao perceberem que os estudantes sabiam muito mais sobre isso do que eles imaginavam.
“Eles sabem o nome de todas as drogas e suas reações no organismo. Nas discussões, contaram experiências que presenciaram com conhecidos e até com eles mesmos”, revela a educadora.
A subsecretária de Palmeiras de Goiás, Vilma Marques de Oliveira, reconhece as drogas como um tema que precisa ser constantemente debatido na escola. “Existem vários questionamentos sobre como isso pode ser trabalhado e, durante o concurso, os estudantes nos deram muitas sugestões”.
A realidade citada por Vilma vai de encontro ao pensamento de Tânia. “Os adolescentes gostam de falar sobre sua realidade e eles sempre estarão abertos ao diálogo. Normalmente é o professor que se fecha na sala de aula. Por isso é fundamental repensar (e mudar) essa postura”, conclui a coordenadora.
Saiba mais...
Novidade na premiação
* Na edição do ano passado, os três alunos do Ensino Médio selecionados na final foram premiados com bolsas de estudo [integral e parcial] para o curso de Jornalismo da Fasam. Mas a partir deste ano, as bolsas serão válidas para qualquer um dos cursos oferecidos pela instituição.