Aves levam perigo ao espaço aéreo de Goiânia
Aves levam perigo ao espaço aéreo de Goiânia
A proliferação de aves num raio de 20 quilômetros do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, aumenta os riscos de acidentes com aeronaves em pleno vôo no espaço aéreo da capital. Diagnóstico da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), a partir de pontos indicados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), identificou 13 pontos atrativos para aves, que serão monitorados e os responsáveis notificados a adotar medidas de manejo ambiental e sanitário para evitar a permanência dos animais nesses locais.
O impacto de uma ave que pesa 3 quilos com uma aeronave a 500 quilômetros por hora, dependendo do local da colisão, pode derrubá-la. Em Goiânia, a grande ocorrência de aves nas imediações do aeroporto, que compromete a segurança dos vôos, é de urubus.
A relação de pontos atrativos, inicialmente elaborada em 2007, quando os responsáveis por eles foram notificados e assinaram termos de ajustamento de conduta (TACs) com o Ministério Público (MP) de Goiás, comprometendo-se adotar as medidas necessárias, ganhou mais dois locais: a Central de Abastecimento (Ceasa) e o Parque Zoológico.
Entre os pontos estão frigoríficos, lotes baldios, estações de tratamento de esgoto (ETE) fábricas de alimentos, entre outros. O relatório da Anac aponta o lixo depositado em terrenos baldios como principal atrativo para as aves.
A Anac enviou uma lista com oito sugestões de pontos a serem trabalhados, mas apenas dois foram acatados pela Amma. Os demais, segundo a gerente de Proteção e Manejo da Fauna Silvestre da Amma, Marize Moreira, são pontos que constituíram focos ocasionais, como dois terrenos da Universidade Federal de Goiás (UFG), cujas atividades atrativas para as aves já foram encerradas, e o Pesque Pague Recanto do Jaó, onde existe um bambuzal nativo, que serve de refúgio para aves migratórias, como garças, durante a seca.
Marize explica que de 2007 a início de 2010, o número de aves nos locais apontados diminuiram sensivelmente, mas voltou a aumentar a partir de então, o que motivaram novas reuniões e recomendações.
O presidente interino da Amma, Pedro Henrique Gonçalves, explica que o manejo pode incluir a redistribuição das aves e o controle de população. Segundo ele, cabe à Amma fazer o manejo e fiscalizar o cumprimento das recomendações repassadas às empresas e responsáveis por áreas que funcionam como atrativo.
Diretor do Zoológico de Goiânia, um dos pontos indicados como atrativos para as aves, Raphael Cupertino afirma que medidas têm sido adotadas para evitar a concentração, principalmente de urubus, no local. As medidas atingiram, principalmente, o local e o horário da oferta de alimentos aos animais do zoo. Além disso, cita, também foram instaladas telas em alguns recintos, para impedir o acesso das aves. No entanto, ele explica que, devido a vegetação, o local se torna um refúgio e dormitório natural para as aves.
Acidentes
Em fevereiro de 2010, um Air Bus da TAM, que saiu de Goiânia com destino a São Paulo, levando 174 passageiros, retornou ao Aeroporto Santa Genoveva e fazer um pouso de emergência depois que um pássaro colidiu com a turbina esquerda da aeronave. A colisão ocorreu menos de cinco minutos após o avião sair do solo.
Em 2007, o piloto de serviço aeromédico (UTI aérea) Carlos Willian Pereira Fraga, ficou seriamente ferido no olho quando o avião Sêneca que pilotava colidiu com um bando de urubus, em Jundiaí (SP). O impacto de um dos urubus com o pára-brisa da UTI aérea, pertencente à Brasil Vida Táxi Aéreo Ltda, fez o vidro estilhaçar.