Não é Fernandes nem Marta, é Mercadante!

Não é Fernandes nem Marta, é Mercadante!

Apesar das especulações, é quase certo que o novo ministro da Educação será o estrategista Aloízio Mercadante

Thaís Lobo Estagiária convênio Tribuna/Fasam

 

O próximo ano promete ser de mudanças e muitos desafios no MEC (Ministério da Educação). Depois de seis anos administrando a pasta, o ministro Fernando Haddad pretende deixar o cargo em janeiro para ser candidato à prefeitura de São Paulo em 2012.
Para substituí-lo estão sendo cogitados vários nomes, mas três são os mais cotados: o secretário executivo do MEC, José Henrique Paim Fernandes; a senadora Marta Suplicy (PT/SP) e o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
Fernandes é apontado como solução caseira. Hoje ele ocupa a mesma posição que Haddad ocupava em 2005, quando o atual ministro foi indicado para substituir Tarso Genro.
O secretário também conta com a simpatia da grande maioria dos educadores, mas contra ele há um argumento inegável: a ausência de força política.
Já Marta, que desistiu de sua candidatura à prefeitura de São Paulo em favor de Haddad, é a aposta da cúpula do PMDB em Brasília. Na opinião de alguns parlamentares, o “sacrifício político” da ex-ministra do Turismo poderá ser compensado pela presidenta Dilma como cargo máximo da Educação.
Embora tenha uma carreira política extensa, Marta tem parcos conhecimentos do setor educacional, não tem nenhuma representatividade na área e desagradará a muitos se for indicada.
A vice-reitora da UEG (Universidade Estadual de Goiás), Eliana França, concorda. Para ela, a falta de intimidade da senadora com a Educação deve pesar nessa escolha. “Apesar de ser sexóloga e ter livros publicados, ela não é da área. Então é uma pessoa mais estranha ao meio”, destaca a ex-secretária.
Diante desse cenário, o nome mais cotado atualmente é o de Aloizio Mercadante. Fontes ouvidas pela reportagem, inclusive, dão como certa a sua indicação.
O atual ministro da Ciência e Tecnologia é professor, o que significa conhecimento da área, e sua atuação à frente da pasta tem recebido muitos elogios dentro do próprio ministério.
Além disso, o petista tem boa articulação política e é bom estrategista. Duas características que podem ajudar (e muito!) na hora de enfrentar os desafios educacionais em 2012.
Na avaliação do ex-ministro da Educação Cristóvam Buarque, atual senador pelo PDT/DF, Mercadante hoje é o melhor nome para o cargo. Buarque, no entanto, diz ver com preocupação a saída dele do Ministério da Ciência e Tecnologia.
“Eu temo por um retrocesso: que ele termine na mesma situação de tantos outros ministros, que ficaram prisioneiro das universidades, deixando a Educação de base de lado”, relata.

Possibilidades
Para ele, a melhor solução seria repassar a responsabilidade sobre o Ensino Superior do MEC para o Ministério da Ciência e Tecnologia. “Se o ministro continuasse no cargo, acumulando também as universidades, e escolhesse outro nome só para a Educação de base, a reforma ministerial poderia ter resultado melhor para a Educação”, propõe Buarque.
Já o reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira Brasil, como muitos outros reitores do país, que tem um relacionamento bem próximo com Mercadante, aprova sua indicação.
“Pelo que percebemos, a política do Haddad permanecerá, e com um ingrediente muito interessante. Pensamos que, com Mercadante, essa fronteira entre a C&T e a Educação deixará de existir”, comenta Brasil.