Mais de 4 mil comemoram aprovação
Mais de 4 mil comemoram aprovação
Depois de estudar compulsivamente durante três anos em cursinhos e em casa, Cindy Fernandes Melo Alves, de 21 anos, realizou o grande sonho de sua vida. Ela passou ontem no vestibular para o curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), o mais concorrido do certame, com 59,4 candidatos por vaga.
“É um sonho realizado”, contou entre gritos eufóricos e abraços dos pais que foram ontem cedo para a porta do Centro de Seleção da UFG, no Setor Leste Universitário, onde às 10h30, o resultado foi divulgado. Ela passou em 41º lugar na UFG e já havia passado para Medicina em uma faculdade no Distrito Federal. Vai fazer o curso em Goiânia.
Pais, acompanhados ou não dos filhos vestibulandos, chegaram logo cedo na porta do Centro de Seleção da UFG. A primeira a chegar foi a bancária Rosineide Cordeiro de Toledo, de 40. A filha dela, Thaís Cristine Cordeiro de Souza, de 18, não foi aprovada para o curso de Nutrição. “Ela é uma vencedora, vai passar da próxima vez”, disse.
O reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, disse que a equipe trabalhou a noite toda para garantir que o resultado fosse divulgado ainda pela manhã. Para que a comemoração ocorre sem transtornos, a Agência Municipal de Trânsito (AMT), a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), a Guarda Municipal, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram informados.
Equipes dos órgãos montaram um esquema de fiscalização no Parque Vaca Brava, no Setor Bueno, onde já é tradição a comemoração dos aprovados. “Não vamos tolerar bebida alcoólica, arruaças e banhos no lago”, contaram o sargento Cleiber Rocha da Silva Campos, da PM, e o guarda municipal Carlos Cruz.
Excessos foram evitados pela caloura Ana Karita Luns, de 18, que passou no vestibular para Ciências Geoambientais. Com a família e um grupo de amigos, a jovem foi “batizada” com ovos, farinha e tinta já na porta do Centro de Seleção. “A bagunça continua no Vaca Brava, mas com responsabilidade. Só festa mesmo”, ressaltou.
Quem chegou ao parque no Setor Bueno foi recepcionado por veteranos de diversos cursos. Os alunos de Direito prepararam locais apropriados para o trote e sempre perguntavam se o calouro queria ou não ser “ovacionado”.
Outros, investiram em um mercado emocional. Jéssica Meireles e outro colega investiram 400 reais e confeccionaram 50 camisetas que eram vendidas aos pais dos aprovados. Na camiseta estava escrito: “Menos uma conta para pagar... Meu filho passou no vestibular da UFG.” Ela estima que terá 600 reais de lucro ao final do dia. “Todo mundo quer comprar.”
Números
Das 4.605 vagas disponibilizadas este ano pela UFG, 4.242 foram preenchidas nesta primeira chamada. “Foram 363 vagas que não foram preenchidas por diversos fatores, principalmente pelo fato de serem de cursos com menos de um candidato por vaga e pelo fato dos candidatos não conseguirem nem a nota mínima”, explicou o reitor Edward Madureira Brasil.
Os cursos mais concorridos foram o de Medicina (59,4 por vaga), Engenharia Civil (53,8), Direito (matutino), com 34,6 candidatos por vaga; Direito (noturno) com 29 candidatos por vaga; Administração de Empresas (13,9 por vaga) e Psicologia (28,4 por vaga). Os menos concorridos foram cursos de licenciatura nos Câmpi de Jataí, Catalão e cidade de Goiás.
As matrículas serão feitas nos dias 1 e 2 de fevereiro nas diretorias de cada curso. O aprovado deve preencher e imprimir o formulário disponível no site da UFG (www.ufg.br) e apresentá-lo no ato da inscrição com originais e cópias dos documentos pessoais, além do certificado de conclusão do Ensino Médio e histórico escolar.
Quem foi aprovado pelo Sisu deve levar também o comprovante que tenha cursado integralmente os 5 últimos anos em escola pública. Os beneficiados por cota para índios deve fornecer declaração da Funai e, caso tenha sido aprovado por ser quilombola, deve levar declaração da Fundação Palmares.
A segunda chamada será divulgada no dia 6 de fevereiro, inclusive com as vagas não preenchidas no período de matrículas. A pró-reitora de seleção da UFG, Sandramara Marques Chaves, afirma que mais de 60% dos aprovados são oriundos de escolas públicas e que grande parte deles não precisaram entrar pelo sistema de cotas pois atingiram média superior aos demais concorrentes.
É o caso do estudante Carlos Augusto Dias Borba, de 20, que passou com 161,5 pontos, pelo sistema de cotas, para o curso de Engenharia de Software. As aulas na UFG começam no dia 27 de fevereiro.